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Em situação inédita, Tribunal de Haia analisa denúncia contra Bolsonaro

A apuração sobre a jurisprudência dos fatos, que nunca ocorreu em relação a um presidente brasileiro, vem antes de um possível inquérito

Em situação inédita, Tribunal de Haia analisa denúncia contra Bolsonaro
Em situação inédita, Tribunal de Haia analisa denúncia contra Bolsonaro
PRESIDENTE JAIR BOLSONARO. FOTO: EVARISTO SÁ/AFP
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A Procuradoria do Tribunal Penal Internacional (TPI) comunicou, na segunda-feira 14, que analisa preliminarmente uma denúncia feita contra o presidente Jair Bolsonaro à Corte – que diz respeito à destruição ambiental e ataques frontais aos povos indígenas brasileiros.

O informe foi feito ao Coletivo de Advocacia em Direitos Humanos (CADHu) e à Comissão Arns de Direitos Humanos. Segundo os juristas que compõem os grupos, essa é a primeira vez que o Tribunal de Haia “se dispõe a realizar uma análise preliminar da jurisdição em relação a um presidente da República brasileiro.”

Essa fase é precedente a uma possível abertura oficial de inquérito. Agora, a Corte irá analisar se os crimes denunciados pelas organizações se enquadram na jurisdição do TPI. Segundo o informe, a Procuradoria deseja analisar os fatos “o mais rápido possível”, mas afirma que a conclusão ainda poderá levar algum tempo.

O Tribunal Penal Internacional, com sede em Haia, na Holanda, foi criado em 2002 e é integrado por representantes de diversos países. Eles julgam indivíduos acusados de crimes contra a humanidade, genocídios, crimes de guerra e de agressão.

A denúncia original foi apresentada ao TPI em novembro de 2019.

As organizações afirmam que Bolsonaro incitou violência contra populações indígenas e tradicionais, enfraqueceu a fiscalização e foi omisso na resposta a crimes ambientais na Amazônia.

“Desde o início de seu governo, o presidente Jair Bolsonaro incitou violações e violência contra populações indígenas e tradicionais, enfraqueceu instituições de controle e fiscalização, demitiu pesquisadores laureados de órgãos de pesquisa e foi flagrantemente omisso na resposta aos crimes ambientais na Amazônia, entre outras ações que alçaram a situação a um ponto de alerta mundial”, diz a denúncia.

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