Sociedade
“Rolezinho” dos sem teto passa por 2 shoppings em SP
Com as portas fechadas, protestos do MTST tiveram que acontecer do lado de fora de shoppings na zona sul de São Paulo


Os “rolezinhos” de trabalhadores sem teto aconteceram do lado de fora de dois shoppings de São Paulo nesta quinta-feira 17. O shopping Jardim Sul e o Shopping Campo Limpo fecharam as portas aos manifestantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) no fim da tarde, antes mesmo da chegada dos manifestantes.
O Jardim Sul, no bairro nobre do Morumbi, tomou a atitude como “medida de segurança”, segundo sua assessoria de imprensa. As luzes do shopping foram apagadas antes que os clientes, surpreendidos, saíssem do local. Os jornalistas foram retirados e impedidos de tirar fotos.
Já o shopping Campo Limpo contava com uma liminar de um juiz que impedia a realização de “rolezinhos” no estabelecimento.
O MTST organizou o que chamou de “rolezão popular” após a repressão aos jovens em shoppings no último final de semana. O movimento pretendia denunciar “o racismo e o preconceito” contra os jovens da periferia.
O protesto foi o primeiro realizado por um movimento social baseado na discussão gerada pelos acontecimentos dispersos nos shoppings paulistanos. “A gente não luta só por moradia, o que a gente quer é direitos iguais para todos,” diz Bruna do Santos Silva, militante do movimento de 23 anos. “O que estão fazendo nos rolezinhos é preconceito contra pobre, não fazem nada contra filhinho de papai”.
Antes da chegada dos manifestantes no Jardim Sul, alguns funcionários mostraram ter medo. Uma trabalhadora ofegante, que não quis se identificar, entrou correndo no shopping gritando que “eles estão vindo” . Agitada, dizia estar com “muito medo”. Ao contrário da previsão dela, o protesto ocorreu pacificamente. Após duas horas em frente ao shopping, os manifestantes saíram do local.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.