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OSCE acusa Trump de ‘flagrante abuso de poder’ nas eleições americanas

Observadores alertam para o risco de radicalização e temem consequências de longo prazo

OSCE acusa Trump de ‘flagrante abuso de poder’ nas eleições americanas
OSCE acusa Trump de ‘flagrante abuso de poder’ nas eleições americanas
Fila para votação em Norwalk, Califórnia. Foto: Frederic J BROWN_AFP Fila para votação em Norwalk, Califórnia. Foto: Frederic J BROWN_AFP
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Os observadores eleitorais da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) acusaram o presidente americano, Donald Trump, nesta quinta-feira 5, de “flagrante abuso de poder” por ter pedido a interrupção da apuração de votos antes do fim do processo.

“O que é verdadeiramente perturbador é que o chefe de Estado norte-americano tenha pedido o fim da contagem da Casa Branca, ou seja, com todos os símbolos do poder ao seu redor, devido a sua suposta vitória. Foi um flagrante abuso de poder”, disse o deputado alemão Michael Georg Link, que coordena a missão de observação internacional, em entrevista ao jornal alemão “Stuttgarter Zeitung”.

O deputado reiterou que as “acusações de manipulação de Trump não têm fundamento”.

O presidente acusa os democratas de “roubarem” as eleições por depositarem votos após o fechamento das seções.

“Nossos colegas estão no local e podem confirmar que os observadores eleitorais dos diferentes campos políticos foram admitidos e que o voto por correio continua sendo contabilizado corretamente”, disse Link.

Segundo o deputado, há “um tratamento extraordinariamente profissional do fluxo de voto por correio”.

A OSCE teme as consequências de longo prazo, na opinião pública americana, da incerteza e das dúvidas que impregnaram este processo eleitoral e alerta quanto ao risco de radicalização.

Formada por 57 países, entre eles Estados Unidos, Rússia, Turquia e todos os Estados europeus, a OSCE é um dos poucos fóruns de diálogo entre Ocidente e os ex-países soviéticos. Faz missões internacionais de observação de processos eleitorais e esteve à frente de uma missão sobre o conflito na Ucrânia.

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