Política
Eleições 2020: Guilherme Boulos, candidato do PSOL à Prefeitura de SP
Líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) tenta, pela primeira vez, ser prefeito da capital paulista
Líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos tenta, pela primeira vez, ser prefeito de São Paulo. Antes, em 2018, filiou-se ao PSOL e foi candidato à Presidência na eleição daquele ano, quando teve 617 mil votos ou 0,58% do total de válidos.
Agora, com Luiza Erundina na chapa como vice, Boulos busca se viabilizar como a alternativa de esquerda com mais chance de ir ao segundo turno na capital paulista.
No início da campanha, o candidato do PSOL apareceu na terceira posição nas pesquisas, atrás somente de Celso Russomanno (Republicanos) e Bruno Covas (PSDB) e à frente de partidos como PT, PCdoB e PSB.
Antes de oficializar a candidatura, Boulos defendeu a formação de uma frente ampla de esquerda na eleição de São Paulo, mas não obteve êxito.
Desconfianças
Como desafio, o candidato do PSOL precisa superar a desconfiança que setores da sociedade têm do seu discurso.
Coordenador nacional do MTST, Guilherme Boulos é defensor da desapropriação de prédios ociosos e abandonados para abrigar famílias sem moradia.
Partido: PSOL
Vice: Luiza Erundina
Coligação: PSOL, PCB, UP
A posição, muitas vezes, é associada a vandalismo, mas o candidato rebate com o argumento de que imóveis têm função social, de acordo com a Constituição.
Biografia
Filho caçula de pais médicos e professores da USP, Guilherme Boulos cresceu no berço de uma família de classe média alta. Sua mãe é a infectologista Maria Ivete Castro Boulos e seu pai é o professor Marcos Boulos, do Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Aos 20 anos, deixou a casa dos pais para morar na ocupação Carlos Lamarca, em Osasco (SP), em que 2 mil sem-tetos acampavam em um terreno de 600 mil metros quadrados.
Formou em filosofia pela Universidade de São Paulo (USP). É, também, é historiador e já trabalhou como professor na rede pública de ensino de São Paulo.
Ficou nacionalmente conhecido a partir de 2003, quando participou da ocupação de um terreno da montadora Volkswagen, em São Bernardo do Campo. Também teve participação nos protestos de junho de 2013, em mobilizações contra os gastos para a Copa do Mundo (2014), nas manifestações contra o impeachment de Dilma (2016) e em atos populares contra o governo de Michel Temer.
É casado com Natalia Szermeta, tem duas filhas e mora no Campo Limpo, periferia de São Paulo.
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