Sociedade

Decisão do STF permite que governo privatize estatais ’em partes’, critica FUP

Petroleiros afirmam que STF desautorizou o Congresso e desequilibrou os Poderes

Decisão do STF permite que governo privatize estatais ’em partes’, critica FUP
Decisão do STF permite que governo privatize estatais ’em partes’, critica FUP
Sede da estatal Petrobras. Foto: Arquivo/Agência Brasil FOTO: AGÊNCIA BRASIL
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A Federação Única dos Petroleiros (FUP) repudiou, nesta quinta-feira 1, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de rejeitar a suspensão da venda de refinarias e ativos da Petrobras por meio da criação de empresas subsidiárias. A estatal deseja vender, entre outras, as subsidiárias Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, e Presidente Getúlio Vargas (REPAR), no Paraná.

Segundo o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, a decisão do Supremo permite que o governo desmembre estatais em subsidiárias com o objetivo de privatizá-las ’em partes’, a fim de driblar exigência constitucional de aval do Congresso Nacional. Bacelar acredita, no entanto, que o Legislativo atuará para impedir a venda das unidades sem anuência dos parlamentares.

“A greve que fizemos em fevereiro chamou a atenção dos parlamentares para esse absurdo processo que a gestão da Petrobras está fazendo com as refinarias. A partir dos nossos argumentos, as Mesas do Congresso, do Senado e da Câmara entenderam que o que está acontecendo é uma burla ao que é estabelecido pela Constituição, de que é preciso aval legislativo para qualquer venda relacionada à empresa matriz. O que o STF fez hoje foi desautorizar o Congresso, desequilibrando os Poderes. Por isso acreditamos que haverá reação legislativa”, explicou Bacelar em nota.

Por 6 votos a 4, o STF decidiu que o entendimento da Corte não foi descumprido e que as operações representam um desinvestimento da Petrobras, não uma fraude cometida com o intuito de repassar o controle acionário ao setor privado. Em junho do ano passado, a Corte definiu que o governo federal precisa de autorização do Congresso para privatizar estatais. O Supremo ressaltou, entretanto, que essa regra não se aplicaria às subsidiárias.

Para a venda das estatais, dois critérios deveriam ser preenchidos: autorização dos parlamentares e abertura de processo de licitação.

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