Sociedade

Justiça nega pedido para censurar filme Cuties da Netflix

A organização Templo Planeta do Senhor afirmou que a obra ‘é prato cheio para pedofilia’. A ministra Damares também quer a retirada do filme

Justiça nega pedido para censurar filme Cuties da Netflix
Justiça nega pedido para censurar filme Cuties da Netflix
Créditos: Divulgação/Netflix
Apoie Siga-nos no

O juiz Luiz Fernando Rodrigues Guerra, da 5ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, rejeitou um pedido feito pela organização religiosa Templo Planeta do Senhor para censurar o filme Cuties (Lindinhas), disponível na plataforma Netflix.

Na ação, a organização religiosa afirma que as meninas do grupo de dança têm um comportamento inadequado para sua idade, com “vestimentas sensuais, blusas curtas e calças apertadas” e que a Netflix promove um “prato cheio para a pedofilia”.

Ao negar o pedido, o juiz afirmou que a Netflix não violou a legislação e que o pedido de exclusão do filme é inconstitucional. “É uma forma indefensável de censura, pois pretendia a supressão da liberdade de informação e, sobretudo, da liberdade de educação familiar”. De acordo com o magistrado, os pais e responsáveis têm o direito de decidir quais conteúdos seus filhos podem assistir, a despeito dos interesses religiosos da entidade.

Damares também pediu a suspensão da obra

O pedido de exclusão do filme francês, dirigido pela cineasta e roteirista Maïmouna Doucouré, também foi feito pela equipe da ministra Damares Alves.

No dia 21 de setembro, o secretário Maurício Cunha, da Secretaria Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente, pasta vinculada ao Ministério, solicitou a suspensão imediata do filme da plataforma em ofício encaminhado à Comissão Permanente da Infância e Juventude (COPEIJ), ligada ao Ministério Público.

Cunha afirma que o filme possui cenas de pornografia infantil, além de normalizar a hipersexualidade das crianças.

Em nota, a Netflix rebateu a polêmica levantada pelo governo. “Mignonnes é um comentário social contra a sexualização de crianças. É um filme premiado e uma história poderosa sobre a pressão que jovens meninas enfrentam nas redes sociais e também da sociedade. Nós encorajaríamos qualquer pessoa que se preocupa com essas questões importantes a assistir ao filme”.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo