Sustentabilidade
STF promove audiência sobre crise ambiental no Brasil na véspera do discurso de Bolsonaro na ONU
Evento foi convocado no fim de junho a partir de ação apresentada por PT, PSB, PSOL e Rede


O Supremo Tribunal Federal (STF) realizará uma audiência pública para debater a crise ambiental no Brasil. O evento, convocado no fim de junho pelo ministro Luis Roberto Barroso, começará na véspera do discurso do presidente Jair Bolsonaro na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), marcado para a terça-feira 22.
Quatro sessões no Supremo estão previstas para esse debate. A primeira será nesta segunda-feira 21, às 9h, e a última acontecerá na terça-feira 22, às 18h. Segundo a Corte, a audiência reunirá integrantes do governo federal, organizações da sociedade civil, institutos de pesquisa, acadêmicos e empresários.
Barroso é o relator de uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) apresentada por PT, PSB, PSOL e Rede. As siglas apontam omissão do governo de Jair Bolsonaro por não adotar providências para o funcionamento do Fundo Clima, que teria sido paralisado indevidamente em 2019 e 2020. Os partidos elencam, ainda, outras omissões na área ambiental. A decisão de Barroso que convoca a audiência púbica foi tomada no âmbito da ADPF.
“São graves as consequências econômicas e sociais advindas de políticas ambientais que descumprem compromissos internacionais assumidos pelo Brasil. (…) O quadro descrito na petição inicial, se confirmado, revela a existência de um estado de coisas inconstitucional em matéria ambiental, a exigir providências de natureza estrutural. Vale reiterar: a proteção ambiental não constitui uma opção política, mas um dever constitucional”, afirmou o ministro no despacho do fim de junho.
O Fundo Clima, criado em 2009, apoia projetos para reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa e para adaptar o Brasil aos efeitos do aquecimento global. O fundo é um dos instrumentos da Política Nacional sobre Mudança do Clima e é vinculado ao Ministério do Meio Ambiente.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.