CartaCapital
Padre Julio Lancellotti registra boletim de ocorrência após ameaças
‘Depois de ataques de alguns candidatos à prefeitura contra mim, eu estou cada vez mais em risco’, disse o pároco
O Padre Julio Lancellotti, da Pastoral do Povo de Rua da Arquidiocese de São Paulo, registrou um boletim de ocorrência na noite de terça-feira 15 após receber ameaças na rua pelo seu trabalho.
Segundo Lancellotti, um motoqueiro passou por ele em uma praça e gritou “padre filho da p*ta, defensor de nóia”. Alguns homens que também aparecem no vídeo confirmam a cena de violência.
A cena aconteceu após recentes ataques virtuais do deputado estadual de São Paulo Arthur do Val (Patriotas), conhecido como ‘Mamãefalei’, que também é candidato à Prefeitura de São Paulo.
“Depois de ataques de alguns candidatos à prefeitura contra mim, eu estou cada vez mais em risco. Então, quero deixar claro: se me acontecer alguma coisa, se alguém me atingir, se eu for atingido por alguém, vocês sabem de quem é a culpa, sabem de quem cobrar”, alertou em vídeo.
Do Val voltou a xingar Lancellotti de “cafetão da miséria” e disse que irá “desmascarar” o trabalho do padre, que fornece assistência, comida e roupas para pessoas em situação de rua na capital paulista.
“Eu não estou [ameaçando]. É mentira. Eu duvido você achar um vídeo meu, uma postagem minha sequer, ameaçando o padre de fazer alguma coisa, alguma violência contra ele ou incentivando que outras pessoas o faça”, escreveu o deputado.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.



