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Governo da Colômbia pede perdão por brutalidade policial

Defesa de homem que morreu após ação da polícia fala em ‘massacre’

Governo da Colômbia pede perdão por brutalidade policial
Governo da Colômbia pede perdão por brutalidade policial
Manifestantes protestam contra violações dos direitos humanos e autoritarismo policial no governo da Colômbia. Foto: Raul ARBOLEDA/AFP
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O ministro da Defesa, Carlos Holmes Trujillo, pediu perdão público, em nome da polícia, por um caso de brutalidade policial que custou a vida de um homem e deflagrou violentos protestos que deixaram 11 mortos.

 

Acompanhado dos comandos policiais, o ministro manifestou sua “dor e indignação” pela morte de Javier Ordóñez, de 43 anos, em um bairro do oeste de Bogotá na quarta-feira 9.

“A Polícia Nacional pede perdão por qualquer violação da lei, ou desconhecimento das normas, em que tenha incorrido qualquer um dos membros da instituição”, declarou o ministro.

A defesa da vítima afirma que os policiais “massacraram” Ordóñez a golpes, no posto policial para onde ele foi levado. Lá, foi submetido a repetidos choques com uma arma elétrica.

“Tenho as fotos de como a vítima ficou (…) Javier foi massacrado. Cometeu-se um crime de homicídio agravado e um delito de tortura pelo menos, um abuso de autoridade”, declarou o advogado Vadith Gómez à Blu Rádio.

O certificado de óbito não foi revelado, mas veículos da imprensa local disseram ter dito a informações que confirma a declaração do advogado da defesa.

Enquanto avança a investigação penal na Procuradoria, a polícia abriu um processo interno contra dois agentes “pelo suposto delito de abuso de autoridade e de homicídio”, acrescentou Holmes Trujillo.

Também “se decidiu suspender outros cinco policiais”, completou.

A morte de Ordóñez, um engenheiro que estava perto de concluir seus estudos de Direito, deflagrou violentos protestos contra a violência policial que deixaram 11 mortos, além de desencadear uma onda de ataques contra postos de polícia em Bogotá.

Iniciados na quarta-feira 9, os protestos ontem se espalharam para outras cidades, como Cali e Medellín, onde também houve fortes confrontos entre manifestantes e policiais.

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UE critica brutalidade policial

Esses recentes episódios de brutalidade policial na Colômbia devem ser alvo de uma investigação “profunda e rápida”, defendeu o porta-voz da Comissão Europeia, Peter Stano, nesta sexta 11.

“Todo uso excessivo da violência por parte daqueles que são responsáveis por proteger os cidadãos deve ser profunda e rapidamente investigado”, afirmou Stano, em um breve comunicado.

Ele também mencionou a adoção de “medidas institucionais” para evitar a repetição dos fatos, “em conformidade com a Constituição da Colômbia e com os padrões internacionais”.

“Apoiamos os apelos a todas as partes para que mantenham a paz e a calma e construam confiança, para evitar uma escalada”, completou.

Stano disse ainda que “o direito ao protesto pacífico é essencial a toda democracia e começa com uma recusa inequívoca de qualquer ato de vandalismo e violência que se proponha a gerar medo e desordem”.

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