Política

MDB oficializa candidatura de Meirelles à Presidência

Com 85% dos votos na convenção, ex-ministro de Temer teve que enfrentar a oposição de Renan Calheiros e presença do presidente no evento

MDB oficializa candidatura de Meirelles à Presidência
MDB oficializa candidatura de Meirelles à Presidência
Em convenção, Meirelles diz que a base de sua proposta é um pacto para um país mais forte
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Ex-ministro da Fazenda de Temer e ex-presidente do Banco Central de Lula, Henrique Meirelles foi oficializado candidato do MDB à Presidente da República nesta quinta-feira 2, em Brasília. Na convenção do partido, obteve 85% dos votos, mas enfrentou a oposição do cacique da legenda, Renan Calheiros.

Nas redes sociais, Calheiros, um dos emedebistas mais antigos da legenda, listou, na quarta-feira 1, uma série de problemas que o país passa, inclusive econômicos, e afirma ser um erro o partido ter um candidato à presidente principalmente se esse for o Henrique Meirelles. “Vejo o slogan “Chama o Meirelles”. E fico me perguntando: “chama-lo para quê?”. Com menos de 1% das intenções de voto, essa candidatura é um mico”, diz no vídeo.

Hoje, na chegada à convenção, repetiu: “Não dá para condenar ninguém a apoiar Meirelles. Isso é um mico e não podemos pagar esse preço”. Ele, porém, optou por não subir ao palco para repetir as declaração no evento.

Dúvida até o último minuto se ia ou não subir no palanque, o presidente Michel Temer fez questão de verbalizar o apoio a seu ex-ministro da Fazenda: “Chamamos o Meirelles para uma missão tão grandiosa quanto aquela que ele exerceu nos nossos dois anos de governo”.

Havia um mal estar dentro do partido com o fato presidente se manifestar no palanque. Temer foi obrigado a lançar Henrique Meirelles, seu ex-ministro da Fazenda, por não ter chance de encabeçar uma chapa do MDB. O presidente emedebista, Romero Jucá, líder do governo no Senado, diz a portas fechadas que Temer é um “problema” para a legenda e ninguém do partido quer saber dele por perto na eleição.

O presidente não teve muita opção em relação a não colocar seu nome como pré-candidato: a aprovação de seu governo é de apenas 4%, segundo última pesquisa CNI/Ibope. Em popularidade, Meirelles não fica muito atrás. Ele tem 1% das intenções de votos segundo, de acordo com os últimos levantamentos.

Na convenção, Meirelles construiu seu em torno da palavra “confiança” e destacou a meritocracia de seu percurso profissional. “Tudo que conquistei foi com o suor do meu rosto. Entrei na política para retribuir o que o país me deu”, disse. “Só cheguei até aqui porque eu descartei da minha história a palavra impossível.”

O candidato fez questão também de lembrar sua atuação no governo de Lula. Afirmou que “colocou ordem” a economia do país no papel de presidente do Banco Central.

Ainda que não tenha apresentado um vice para a chapa, Meirelles diz querer uma mulher no papel. A também emedebista Marta Suplicy foi sondada, porém não há informações sobre um convite formal.

 

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