Saúde

Defensorias pedem na Justiça cancelamento de portaria sobre aborto legal

Com a alteração feita pelo ministério da Saúde, os médicos têm que avisar a polícia sobre pedidos de aborto legal em caso de estupro

Defensorias pedem na Justiça cancelamento de portaria sobre aborto legal
Defensorias pedem na Justiça cancelamento de portaria sobre aborto legal
Foto: Reprodução Foto: Reprodução
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A Defensoria Pública da União entrou com uma ação civil pública, por meio da Defensoria Regional de Direitos Humanos em São Paulo, contra a portaria do Ministério da Saúde que obriga os médicos a avisarem a polícia sobre pedidos de aborto legal em casos de estupro.

 

Além da mudança, a portaria do ministério, publicada no dia 27 de agosto, também determina a oferta para que a gestante veja imagens do feto, em ultrassonografia, e submete a vítima a um extenso questionário sobre o estupro, inclusive com questões a respeito do agressor.

O pedido das defensorias é para que a portaria seja suspensa e considerada ilegal, já que as alterações não só violam direitos, como dificultam ainda mais o acesso ao procedimento nos casos previstos pela lei.

“As referidas inovações dessa portaria desrespeitam os direitos fundamentais à saúde, dignidade, intimidade, privacidade, confidencialidade, sigilo médico, autonomia e autodeterminação das meninas, adolescentes e mulheres, estando em desacordo também com as próprias normativas do Ministério da Saúde”, diz a ação.

O que diz o Ministério da Saúde

Em nota divulgada na semana passada, o Ministério da Saúde afirmou que as mudanças foram necessárias porque as regras vigentes estavam em desconformidade com a legislação.

Ainda segundo a pasta, um decreto da década de 1940 enquadra como contravenção a conduta de um profissional de saúde da administração pública que não comunicar crimes, como o estupro, à autoridade competente.

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