Política
Lula diz que Globo faz “sacanagem” com Padilha
Ex-presidente reclamou que emissora não dá espaço para a campanha do candidato petista ao governo de São Paulo; Rede de televisão diz que o petista se equivocou


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a rede Globo na noite de quinta-feira 7, durante comício de centrais sindicais em São Paulo. Segundo ele, a emissora faz uma “sacanagem” com o candidato do PT ao governo do Estado, Alexandre Padilha.
Sem citar o nome da emissora, Lula reclamou que a Globo não exibe o candidato do PT em seu telejornal regional todos os dias, mostrando somente a agenda dos dois primeiros candidatos na pesquisa, Geraldo Alckmin (PSDB) e Paulo Skaf (PSB). No Jornal Nacional, a emissora tem exibido os três primeiros colocados. Além de Dilma Rousseff, ela cobre diariamente as agendas de Eduardo Campos (PSB) e Aécio Neves (PSDB).
“No principal jornal do pais a nível nacional, ela exibe os candidatos acima de seis por cento. (…) Eles decidiram que só vão falar dos candidatos com mais de dez por cento [em São Paulo]. Por quê? Para tirar o Padilha da eleição”, disse o ex-presidente.
Atualmente, Padilha tem 4% das intenções de voto, segundo a última pesquisa Datafolha. Assim, mesmo que o critério do jornal regional da Globo fosse igual ao do Jornal Nacional, Padilha ficaria fora.
Em e-mail enviado à CartaCapital, a Comunicação da Globo afirmou que: “O Lula se equivocou. Os critérios de cobertura das eleições nacional e de São Paulo são absolutamente os mesmos. Os candidatos com intenção de voto acima de 6% na última pesquisa Datafolha/Ibope tem cobertura diária nos telejornais. Sendo que, porque o número de candidatos em São Paulo é menor, em vez de Padilha ter apenas uma cobertura semanal tem duas.”
A legislação eleitoral prevê que as redes de televisão e rádio não podem “dar tratamento privilegiado a candidato, partido político ou coligação”. Lula ainda comparou o que acontece com Padilha ao que fizeram a ele na eleição de 1994, quando uma nova legislação proibiu a exibição de imagens gravadas na rua. Naquele ano, Lula foi derrotado por Fernando Henrique Cardoso no primeiro turno.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.