Economia

Análise: Brasil se encontra na mais profunda queda no nível de atividade econômica desde 1980

Manutenção da centralidade da política governamental assentada na austeridade e autoritarismo não retirará país da trajetória de decadência

Análise: Brasil se encontra na mais profunda queda no nível de atividade econômica desde 1980
Análise: Brasil se encontra na mais profunda queda no nível de atividade econômica desde 1980
Foto: Pixabay Foto: Pixabay
Apoie Siga-nos no

Marcio Pochmann*

Ao antecipar o possível comportamento do PIB brasileiro neste primeiro semestre de 2020, o Banco Central constata o curso da quarta recessão na economia brasileira acumulada nos últimos quarenta anos.

A se confirmar essas informações prévias do Banco Central pelo IBGE, através das contas nacionais, poder-se-á afirmar que o Brasil encontra-se na mais profunda queda no nível de atividade econômica desde 1980.

Quando se amplia a análise, incorporando-se outros elementos de natureza econômica, como o expressivo fechamento de empresas, a profunda queda no nível de ocupação e a continuada saída de capital, pode-se considerar também a situação de proximidade da depressão econômica, mais do que a recessão.

Ademais, cabe ainda destacar que a prévia do PIB divulgada pelo Banco Central aponta a continuidade no crescimento da distância entre o propósito almejado desde a virada neoliberal na política econômica e social e a sua negação pela realidade socioeconômica do observada.

Diante disso, a manutenção da centralidade da política governamental assentada na austeridade e autoritarismo não retirará, infelizmente, o Brasil da trajetória de decadência econômica e da barbárie social a qual se encontra.

* Economista e ex-presidente da Fundação Perseu Abramo

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo