Opinião

Não haveria momento pior para surgirem Ricardo Salles e Ernesto Araújo

E o que fazem nossas federações e associações agropecuárias, diante das obscenidades?

Não haveria momento pior para surgirem Ricardo Salles e Ernesto Araújo
Não haveria momento pior para surgirem Ricardo Salles e Ernesto Araújo
Foto: Marcos Corrêa/PR Foto: Marcos Corrêa/PR
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Meus leitores em CartaCapital, pluralizo o singular Luiz Gonzaga: “olhem pro céu, meus amores/vejam como ele está lindo/olhem praquele balão multicor/como no céu vai sumindo”.

Muito provável, não fosse o isolamento, hoje estaria no Vale do São Francisco, festando São João, com amigos baianos (Juazeiro) e pernambucanos (Petrolina).

Foi de lá que cheguei, em São Paulo, há exatos cem dias, e passar apenas a olhar para baixo. Arrastar pés, não em fogosos forrós, mas temeroso de fazer voarem na direção de meus olhos, boca, nariz, e talvez orelhas, por que não, os sete buracos de minha cabeça, um vírus mal entendido.

Como olhar para um céu de São João, se tenho que atento e forte para não esbarrar em meus sócios humanos, talvez infetados e infeciosos?

Cagão? Talvez. Afinal, não fui capitão, e a Regente Insano Primeiro (RIP) nunca chegarei.

Querem ler sobre agropecuária? Mais longe na cadeia, os agronegócios? Confesso serem pauta e missão aqui neste site. Por que não, se os diverte e mais não tenho?

Só não me peçam para contrapor intelectuais modernos, fartamente publicados, que precisaram de uma pandemia, em pesquisas mais requentadas do que caldo de feijão, para descobrir a altura do fosso (fossa?) social no Brasil, e qual a parcela da população seria a mais infectada e enterrada.

Sabem por quê? Parodiando o jornalista e escritor Ivan Lessa (1935-2012), para tal sacrifício, no passado, vesti meu gorro rubro-negro, apertei-me nas velhas gerais do Maraca, e na hora do hino, abri a braguilha, mostrei a minha alma fálica e berrei: “Fora burros fascistas! Fui preso e não quero repetir sem público nos estádios.

Como Ivan escreveu: “todo brasileiro vivo é uma espécie de milagre”.

Agricultura, agropecuária, agronegócio

São tech, pop e tudo? Para as Organizações Globo e seus patrocinadores (Ford Ranger, John Deere, outros), ruralistas, exportadores de commodities, são. Uso a vista assim do alto, como Paulinho da Viola viu a Estação Primeira de Mangueira, e eu o copiei, desde minhas primeiras intervenções escritas. Alguém saberá quanto tempo elas estão durando? Desde o lançamento do site? Sei lá.

Mas será que somente o segmento exportador de bens primários agrícolas existe? Grãos, café, algodão, suco de laranja, complexo de carnes, outros menores? Couros? Poucos mais, talvez, né?

Estão aí vantagens competitivas que não deveríamos jogar fora sobretudo depois de um próximo ciclo ganancioso, protetivo, mais acirrado que virá pós-pandemia. Se, realmente, houver tal pós.

Para o Brasil, não haveria momento pior para surgirem dos infernos, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e o “chanceler” (absurdo), Ernesto Araújo. Este, me parece o tonto grandão, sentado na primeira fileira da classe de aulas, oferecendo uma maçã à professora: “Obrigado, ‘fessora’, pelo nove, mas esperava dez”.

Estamos ameaçados pelas duas antas, coonestadas por RIP, não apenas a perder clientes no comércio exterior, mas também que a banca estrangeira paralise, ou mesmo retire daqui seus investimentos.

E o que fazem nossas federações e associações agropecuárias, diante das obscenidades feitas por “Pirulão e Moderninho”?

“Vamos manifestar nosso desagrado e aguardar. Afinal, foi o governo que elegemos, não?”

Inté! Cada vez mais furioso.

Este texto não representa, necessariamente, a opinião de CartaCapital.

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