Política

Após operação da PF, Justiça bloqueia bens do governador Helder Barbalho

Ele é alvo de operação que investiga compra ilegal de respiradores para serem usados na rede hospitalar em meio à pandemia

Após operação da PF, Justiça bloqueia bens do governador Helder Barbalho
Após operação da PF, Justiça bloqueia bens do governador Helder Barbalho
Créditos: EBC
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O ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), suspeita que o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), tenha direcionado uma compra ilegal de respiradores para tratamento de vítimas do coronavírus no estado.

Falcão afirma que o governador teria cometido fraude em licitação e prevaricação (ato contra a administração pública) . O ministro não descartou a possibilidade de corrupção no caso.

De acordo com Falcão, investigações mostram o pagamento antecipado de R$ 25,2 milhões por equipamentos “imprestáveis para uso”.

“Os diversos elementos de prova até então coligidos indicam o direcionamento da contratação por parte do governador e a posterior montagem de certame licitatório com a finalidade de regularizar a aquisição que já havia sido realizada e, inclusive, paga”, escreveu.

Ele ainda cita a “a indicação de favorecimento da empresa contratada com a concessão de benefício fiscal no tocante ao Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços -ICMS”.

A partir das investigações, o ministro autorizou a operação da Polícia Federal realizada nesta quarta-feira 10, batizada de Bellum, que mira irregularidades na compra dos equipamentos. Além de Barbalho, são alvo o secretário de Saúde, Alberto Beltrame, apontado como principal pessoa a mascarar as licitações irregulares que geraram a compra dos respiradores. Empresários também são alvo da investigação.

O ministro afirmou ainda que tomou a decisão de bloquear os bens de Barbalho e dos demais envolvidos, como imóveis, embarcações, aeronaves e dinheiro, em depósito ou aplicação financeira, no valor de R$ 25,2 milhões. Ele declarou que medida se justifica pois, em caso de corrupção, é preciso ressarcir o poder público da verba desviada.

Confira a lista dos investigados

  • Helder Barbalho – governador do Pará
  • Alberto Beltrame – secretário da Saúde e presidente do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass)
  • Persifal de Jesus Pontes – chefe da Casa Civil do governo do Pará
  • René de Oliveira e Sousa Júnior – secretário de Fazenda do Pará
  • Leonardo Maia Nascimento – assessor do gabinete do governador Helder Barbalho
  • Peter Cassol Silveira – secretário-adjunto de gestão administrativa da secretaria de saúde do Pará (exonerado nesta quarta, após a operação)
  • Cintia de Santana Andrade Teixeira – diretora do departamento de administração e serviço da Secretaria de Saúde do Pará
  • Celso Mansueto Miranda de Oliveira Vaz – servidor da secretaria de Saúde do Pará
  • Ana Lúcia de Lima Alves – gerente de compras da secretaria de Saúde do Pará
  • Wilton dos Santos Teixeira – auditor da Receita Federal
  • Erick Bill Vidigal – servidor do Conselho Nacional do MP e ex-integrante da Comissão de Ética Pública da Presidência
  • André Felipe de Oliveira da Silva – empresário da empresa SKN do Brasil
  • Glauco Octaviano Guerra – vinculado à MHS Produtos e Serviços LTDA ME

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