Política

Collor pede desculpas por ter confiscado poupanças em 1990

Hoje senador por Alagoas, Collor sofreu impeachment quando era presidente, após desgaste com denúncias de corrupção e planos econômicos

Collor pede desculpas por ter confiscado poupanças em 1990
Collor pede desculpas por ter confiscado poupanças em 1990
O senador Fernando Collor de Mello (PROS-AL). Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
Apoie Siga-nos no

O senador e ex-presidente Fernando Collor de Mello (PROS-AL) pediu desculpas, nesta segunda-feira 18, por ter confiscado parte do saldo de cadernetas de poupança e contas-correntes quando era chefe do Palácio do Planalto, em 1990.

Não é a primeira vez que Collor lamenta a decisão. Em 2010, fez declarações similares à Rádio Senado. Dessa vez, em sua conta no Twitter, o parlamentar afirmou que implementou a política porque “o Brasil estava no limite”, devido a uma “imensa desorganização econômica” devido à hiperinflação de 80% ao mês.

“Os mais pobres eram os maiores prejudicados, perdiam seu poder de compra em questão de dias, pessoas estavam morrendo de fome. O Brasil estava no limite!”, exclamou, em uma sequência de postagens. “Durante a preparação das medidas iniciais do meu governo, tomei conhecimento de um plano economicamente viável, mas politicamente sensível, com grandes chances de êxito no combate à inflação. Era uma decisão dificílima. Mas resolvi assumir o risco.”

Collor afirmou que sabia que arriscava perder a sua popularidade e até mesmo a presidência da República, mas justificou que eliminar a hiperinflação era o objetivo central do seu governo.

“Acreditei que aquelas medidas radicais eram o caminho certo. Infelizmente errei. Gostaria de pedir perdão a todas aquelas pessoas que foram prejudicadas pelo bloqueio dos ativos. Eu e minha equipe não víamos alternativa viável naquele início de 1990. Quisemos muito acertar”, escreveu.

Collor foi o primeiro presidente da República eleito pelo voto direto após a ditadura militar, quando os brasileiros foram às urnas em 1989. No entanto, denúncias de corrupção e o desgaste político dos seus planos econômicos desencadearam protestos, e o então presidente teve sua gestão interrompida após um processo de impeachment deflagrado em 1992.

A passagem de Collor no Palácio do Planalto foi marcada por decretos: em seis meses, assinou 416. Conforme mostrou reportagem de CartaCapital, após Collor, o presidente Jair Bolsonaro é o que mais governa por decretos.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo