Política
Bolsonaro diz que vai insistir em Ramagem na PF: “Quem manda sou eu”
Presidente desautorizou Advocacia-Geral da União (AGU) e disse que vai recorrer da decisão do STF que suspendeu nomeação
O presidente Jair Bolsonaro desautorizou a Advocacia-Geral da União (AGU) e afirmou que vai recorrer da decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em barrar a posse do delegado Alexandre Ramagem no comando da Polícia Federal. A AGU havia informado, mais cedo, que não recorreria da suspensão de posse.
Após a decisão de Moraes, Bolsonaro revogou a nomeação de Ramagem e tornou “sem efeito” a demissão do delegado da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), onde ele atuava como diretor-geral. A ação foi recebida como um sinal de que o Palácio do Planalto não insistiria em Ramagem, mas o presidente da República afirmou que vai recorrer.
“É dever dela [AGU] recorrer”, declarou. “Quem manda sou eu e eu quero o Ramagem lá.” Momentos antes, o presidente disse que sonha com o delegado na direção da Polícia Federal, porque gostaria de “honrar” o amigo da família.
Quando Moraes suspendeu a nomeação de Ramagem, escreveu na decisão que enxerga “desvio de finalidade” na designação. O delegado substitui Maurício Valeixo, exonerado por Bolsonaro na semana passada. Na ocasião, o ministro da Justiça Sergio Moro também se demitiu e acusou o presidente da República de tentar interferir politicamente no trabalho da PF.
CartaCapital
Há 31 anos, a maior referência progressista em jornalismo no Brasil.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
