Política

Apoiadores erram nome de Bolsonaro ao levantar campanha no Twitter

O deslize reforça a acusação da existência de um “gabinete do ódio” liderado pelos filhos do presidente

Apoiadores erram nome de Bolsonaro ao levantar campanha no Twitter
Apoiadores erram nome de Bolsonaro ao levantar campanha no Twitter
Bolsonaro interage com apoiadores em ato na frente do Palácio do Planalto no dia 15 de março (Foto: José Cruz / Agência Brasil)
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Em meio a maior crise política do governo de Jair Bolsonaro, apoiadores do presidente foram ao Twitter nesta segunda-feira 27  levantar uma campanha de apoio ao capitão. O problema é que seus seguidores erraram o nome ao postar a hashtag e escreveram BolsoLnaro, com um “l” a mais.

A hashtag era o segundo assunto mais comentado no Brasil até o fechamento desta reportagem.

O erro reforça as acusações da existência de um “Gabinete do Ódio” dentro do Palácio do Planalto, que utilizariam robôs programados para atacar adversários do presidente e apoiar campanha defendendo o capitão. Essas denúncias são alvos de investigações da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News, no Congresso Nacional.

Uma investigação sigilosa conduzida pela Polícia Federal a pedido do Superior Tribunal Federal (STF) apontou que o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), é um dos articuladores de um esquema ilegal de propagação de notícias falsas.

Bolsonaro vinha cobrando informações a respeito desta investigação, por telefone ou em reuniões, do então diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, que teria resistido aos assédios presidenciais. Valeixo foi exonerado do cargo na sexta-feira 24, o que acabou provocando a saída do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.

 

De acordo com a Folha de S.Paulo, dentro da Polícia Federal não há dúvidas de que Bolsonaro já estava ciente de que a investigação havia chegado até seu filho número 02. Dessa forma, imaginou que trocar Valeixo poderia facilitar o caminho para obter mais informações sobre a investigação do Supremo ou até trocar os delegados envolvidos.

O inquérito do STF foi aberto em março do ano passado pelo presidente Dias Toffoli para apurar o uso de fake news contra os ministros da corte. Na sexta-feira 24, após a queda de Valeixo e a saída de Moro, o relator do inquérito do Supremo, ministro Alexandre de Moraes, determinou que a Polícia Federal mantenha os delegados no caso.

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