Política
Apoiadores erram nome de Bolsonaro ao levantar campanha no Twitter
O deslize reforça a acusação da existência de um “gabinete do ódio” liderado pelos filhos do presidente
Em meio a maior crise política do governo de Jair Bolsonaro, apoiadores do presidente foram ao Twitter nesta segunda-feira 27 levantar uma campanha de apoio ao capitão. O problema é que seus seguidores erraram o nome ao postar a hashtag e escreveram BolsoLnaro, com um “l” a mais.
A hashtag era o segundo assunto mais comentado no Brasil até o fechamento desta reportagem.
O erro reforça as acusações da existência de um “Gabinete do Ódio” dentro do Palácio do Planalto, que utilizariam robôs programados para atacar adversários do presidente e apoiar campanha defendendo o capitão. Essas denúncias são alvos de investigações da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News, no Congresso Nacional.
Bom dia brasileiros e brasileiras #FechadoComBolsolnaro pic.twitter.com/AXREJkxdVQ
— ∂j αℓ૯×αท∂૨૯ ѳ૨¡g¡ทαℓ #LSHSDV (@djalexandre2020) April 27, 2020
Uma investigação sigilosa conduzida pela Polícia Federal a pedido do Superior Tribunal Federal (STF) apontou que o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), é um dos articuladores de um esquema ilegal de propagação de notícias falsas.
Bolsonaro vinha cobrando informações a respeito desta investigação, por telefone ou em reuniões, do então diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, que teria resistido aos assédios presidenciais. Valeixo foi exonerado do cargo na sexta-feira 24, o que acabou provocando a saída do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.
De acordo com a Folha de S.Paulo, dentro da Polícia Federal não há dúvidas de que Bolsonaro já estava ciente de que a investigação havia chegado até seu filho número 02. Dessa forma, imaginou que trocar Valeixo poderia facilitar o caminho para obter mais informações sobre a investigação do Supremo ou até trocar os delegados envolvidos.
O inquérito do STF foi aberto em março do ano passado pelo presidente Dias Toffoli para apurar o uso de fake news contra os ministros da corte. Na sexta-feira 24, após a queda de Valeixo e a saída de Moro, o relator do inquérito do Supremo, ministro Alexandre de Moraes, determinou que a Polícia Federal mantenha os delegados no caso.
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