Política

Assessor do governo se demite após Bolsonaro determinar volta ao Planalto

Felipe Cascaes, o número dois para assuntos jurídicos, foi exonerado na semana passada após discordar do presidente em meio à pandemia

Assessor do governo se demite após Bolsonaro determinar volta ao Planalto
Assessor do governo se demite após Bolsonaro determinar volta ao Planalto
O presidente da República, Jair Bolsonaro. Foto: Carolina Antunes/PR
Apoie Siga-nos no

O subchefe adjunto para assuntos jurídicos, Felipe Cascaes, pediu demissão da Secretaria Geral da Presidência. A atitude foi tomada após o presidente Jair Bolsonaro determinar que servidores do Palácio do Planalto, liberados para trabalharem de suas casas em meio à pandemia do coronavírus, voltassem a fazer expediente normal no prédio público. As informações são do O Globo.

Cascaes não concordou com a decisão de Bolsonaro e pediu demissão ao ministro da Secretaria Geral da Presidência, Jorge Oliveira, a quem era subordinado. A sua exoneração aconteceu na semana passada. Segundo apuração, Bolsonaro manifestou a aliados incômodo com a decisão de Cascaes de liberar todos os funcionários da SAJ para fazer suas tarefas de casa.

 

Em pronunciamento nacional feito no dia 24 de março, o presidente Bolsonaro criticou a quarentena, defendeu o isolamento vertical a idosos e pessoas com doenças e estimulou que a população retomasse suas atividades normalmente. Na ocasião, também comparou o coronavírus a uma “gripezinha” ou “resfriadinho”.

Com exceção de funcionários acima dos 60 anos, os servidores dos três ministérios que ficam no Palácio do Planalto (Casa Civil, Secretaria Geral, Secretaria de Governo e Gabinete de Segurança Institucional) estão fazendo expediente normalmente no prédio. O Palácio registrou casos positivos da doença, caso do general Augusto Heleno, que retomou suas atividades antes dos 14 dias de isolamento recomendados pelo Ministério da Saúde.

Cascaes afirmou, em nota, que não vai comentar os motivos que o levaram a pedir exoneração, alegando se tratar de questões de “cunho pessoal”.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo