Sociedade

Quinta liderança indígena Guajajara é assassinada no Maranhão

Zezico Guajajara era professor e uma importante liderança da Terra Indígena Arariboia, de onde expulsava madeireiros invasores.

Quinta liderança indígena Guajajara é assassinada no Maranhão
Quinta liderança indígena Guajajara é assassinada no Maranhão
(Foto: Reprodução/Survival International)
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Mais um índio guajajara, o quinto nos últimos meses, foi encontrado morto na terça-feira 31 em uma estrada no interior do Maranhão. Zezico Guajajara era uma das lideranças de seu povo na região e também foi diretor do Centro de Educação Indígena Azuru. Ele estava com marcas de tiro em seu corpo.

De acordo com a organização indígena Survival International, as circunstâncias da morte de Zezico ainda não estão claras, mas as lideranças regionais são constantemente ameaçadas por madeireiros que exploram ilegalmente a Terra Indígena Arariboia, no Maranhão, lar do povo Guajajara e do povo Awá, que são índios isolados.

Em dezembro do ano passado, dois caciques Guajajara foram mortos ao voltarem de uma reunião com a Fundação Nacional do Índio (Funai) e a Eletronorte. Eles foram atingidos por vários disparos de arma de fogo na BR 226, no município de Jenipapo dos Vieiras (MA). No mesmo mês, o jovem Dorivan do povo Guajajara da Terra Indígena Arariboia foi encontrado morto e esquartejado na cidade de Amarante, Maranhão. Em novembro, o líder indígena Paulo Paulino Guajajara foi assassinado dentro da mesma terra, atacado por invasores durante emboscada.

“Perdemos mais um companheiro batalhador – um homem que defendia a vida. Estamos abalados. Estamos de luto. Estamos protegendo a floresta para todos os seres humanos, mais estamos sendo assassinados por esse grande capital com muito poder. Por que precisa ser assim?”, disse o coordenador dos Guardiões da Floresta, Olímpio Guajajara, a Survival International. Segundo a ONG, o trabalho dos Guardiões é encontrar invasores nas terras e expulsá-los – função que faz com que eles recebam constantes ameaças de morte.

A pesquisador da Survival, Sarah Shenker, que conhecia Zezico, declarou que os madeireiros estão empenhados em tirar a vida de todos os ativistas na região. “Enquanto a atenção do mundo está focada na pandemia do coronavírus, os indígenas continuam lutando na linha de frente para salvar as florestas para suas famílias, pelos povos indígenas isolados e por toda a humanidade. Eles precisam que pessoas de todo o mundo os apoie agora mais do que nunca.”, declarou.

Nas redes sociais, o governador do Maranhão, Flavio Dino (PCdoB), declarou que o governo estadual está à disposição da Funai e da Polícia Federal, que investigam o assassinato.

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