Economia
PIB brasileiro não deve crescer nada em 2020, projeta Banco Central
Banco Central diz que soma das riquezas do país será ‘estável’; pior cenário é no setor de comércio e serviços
A crise gerada pelo coronavírus no mundo fez com que o Banco Central divulgasse, nesta quinta-feira 26, que não prevê nenhum crescimento no PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro este ano. Para o órgão, a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, o que define o PIB, ficará estável por conta do impacto regional e global da pandemia na economia.
Anteriormente, o BC tinha previsto um crescimento de 2,2% para o PIB, contrariando o resultado baixo de 2019, que alcançou 1,1%. O banco também divulgou as estimativas da inflação no País, um importante indicador que ajuda o setor no controle de mercado. Segundo o Relatório publicado, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal medidor da inflação, pode ficar em 2,6% neste ano.
Apesar dos impactos da Covid-19, o relatório aponta que os baixos desempenhos do Brasil no final de 2019 e no começo de 2020 também influenciaram na análise do BC. “A alteração da projeção está associada, principalmente, a impactos econômicos expressivos decorrentes da pandemia de Covid-19. Adicionalmente, resultados abaixo do esperado em indicadores econômicos no fim de 2019 e início de 2020 afetaram a expectativa de desempenho da atividade no primeiro trimestre.”, diz o documento.
O principal setor atingido na produção de riqueza, para o BC, é comércio e serviços, cuja projeção também prevê 0 crescimento para o ano que vem. Antes, o Banco estimava um crescimento de 1,7%.
“Destacam-se as revisões em setores mais afetados por medidas de restrição de mobilidade: a projeção para o comércio recuou de 2,6% para -0,7%, a de transporte, armazenagem e correio, de 1,9% para -1,2%, e a de outros serviços, que engloba atividades como alojamento, alimentação fora de casa e atividades artísticas, de 2,2% para -1,1%”.”
Em relação à taxa Selic, que é a taxa básica de juros, o Banco projetou um crescimento gradual até 2022, quando a taxa deve chegar até 6%. Atualmente, ela se encontra em 4,25%, o menor valor histórico. Para o dólar, que opera acima dos R$ 5, o BC espera que haja uma queda até R$ 4,35 no final do ano, alcançando R$ 4,20 em 2021 e 2022.
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