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Cuba envia médicos para ajudar Itália no combate ao coronavírus

Maioria dos médicos têm experiência na luta contra o ebola na África. Brasil também convocou cubanos que estavam no país até 2018

Cuba envia médicos para ajudar Itália no combate ao coronavírus
Cuba envia médicos para ajudar Itália no combate ao coronavírus
Médicos cubanos são enviados para dezenas de países. Foto: Yamil Lage/AFP
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Uma brigada de 52 médicos e paramédicos cubanos, vários deles com experiência na luta contra o ebola na África, viajou no sábado 21 à Itália para ajudar os serviços de saúde do país, que registra o maior número de mortes pelo Covid-19.

O destino da missão é a região da Lombardia, atualmente a mais atingida pelo novo coronavírus. Em um mês, 4.825 pessoas morreram no país europeu devido à pandemia. A brigada, composta por 36 médicos, 15 enfermeiros e um administrador, todos homens, “está pronta para trabalhar incansavelmente no tratamento e enfrentamento da epidemia de Covid-19, junto com os profissionais de saúde” da Itália, disse seu chefe, Carlos Ricardo Pérez.

“Desses, 30 enfrentaram a epidemia de ebola na África Ocidental” em 2014, em resposta a um apelo da Organização Mundial da Saúde (OMS), acrescentou o chefe da brigada, na despedida organizada pela Unidade Central de Cooperação Médica (UCCM) em Havana. O grupo também inclui alguns novatos, como o Dr. Roberto Arias, de 27 anos, que encara sua primeira missão.

“O medo é inerente ao ser humano, todo mundo tem medo de algo na vida, mas a bravura é sobre isso, enfrentar as coisas de que se tem medo”, disse ele à AFP.

Um vídeo dos médicos sendo aplaudidos enquanto embarcavam no Aeroporto José Martí, em Havana, viralizou nas redes sociais como se fosse o momento da chegada deles na Lombardia. O jornal italiano Corriere della Sera publicou um vídeo registrando o momento:

O ministro da Saúde, José Angel Portal, pediu aos colaboradores “que se cuidassem e retornassem bem à pátria”. A exportação de serviços médicos cubanos, além do turismo, é um dos motores da economia do país socialista e representou uma receita de cerca de 6,3 bilhões de dólares em 2018, segundo dados oficiais.

Essa brigada viaja a pedido do secretário da Saúde da Lombardia, Giulio Gallera, que reconheceu que seu sistema de saúde está prestes a entrar em colapso devido ao grande número de pacientes que precisam de tratamento intensivo. Gallera espera que os médicos cubanos “aliviem a situação” do hospital de Crema, na cidade de Cremona (sul da Lombardia).

Com o envio no domingo passado de uma brigada médica para a Venezuela, principal aliado de Cuba na região e seu principal fornecedor de petróleo, Havana começou a mobilizar seu “exército de jalecos brancos”. Outras brigadas vão viajar para a Nicarágua, Suriname, Granada e Jamaica. No total, são 261 colaboradores.

Atualmente, cerca de 30.000 profissionais da saúde cubanos atendem em 61 países da África, América Central e Ásia, segundo dados oficiais. Os médicos cubanos trabalham nesses países em áreas pobres e sem cobertura médica. O governo da ilha defende esses serviços médicos e garante que o que recebe por eles permite manter seus próprios sistemas gratuitos de saúde e educação.

*Com informações da AFP

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