Política
Bolsonaro anuncia fechamento de fronteira com Venezuela
Segundo o presidente, restrição será parcial: tráfego de pessoas será proibido, mas de mercadorias não


O presidente Jair Bolsonaro anunciou, nesta terça-feira 17, que o Brasil fechará parcialmente a fronteira com a Venezuela. A declaração ocorreu em frente ao Palácio do Alvorada, em Brasília.
Segundo ele, o tráfego de pessoas na fronteira de Roraima não será permitido, mas o trânsito de mercadorias seguirá normalmente. A decisão ainda será publicada no Diário Oficial da União (DOU) em forma de portaria, de autoria do Ministério da Justiça e Segurança Pública e do Palácio do Itamaraty.
“Alguns acham que a palavra ‘fechar fronteira’ é uma palavra mágica. Se a gente tivesse o poder de fechar a fronteira como muitos pensam, não teria entrada de drogas no Brasil”, disse. “Não é um fechamento total. O tráfego de mercadorias vai continuar acontecendo. Se você fecha o tráfego com a Venezuela, a economia de Roraima desanca.”
O presidente anunciou também uma coletiva de imprensa para quarta-feira 18, às 14h30, com todos os ministros. No mesmo dia, cogita-se uma nova coletiva durante a noite junto ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli.
Bolsonaro mudou o tom e demonstrou preocupação em combater o coronavírus. Dias antes, o presidente chegou a dizer que a pandemia “não é isso tudo”.
“A intenção é demonstrar para todos vocês que estamos unidos para combater um bom combate numa causa comum, que é a questão do vírus, que chegará, como já chegou, mas não é motivo de pânico. Essa sempre foi a minha mensagem”, disse.
Ele também afirmou que o Brasil não pode “parar” em função da disseminação da doença, porque, segundo ele, mais pessoas morrerão com a economia estagnada.
“Se o Brasil parar, vai ser um caos. Vai morrer muito mais gente fruto de uma economia que não anda, do que do próprio coronavírus. Eu não quero criticar nenhum governador, alguns estão tomando medidas positivas, outros, ao meu entender, estão se excedendo”, declarou.
Bolsonaro também pediu para que se evite “histeria”, porque se “ficar todo mundo maluco, as consequências serão as piores possíveis”, como a incidência de saques a supermercados ou aproveitamento político.
“Vai ter que ter calma, vai passar. É como uma gravidez. Um dia vai nascer a criança. E o vírus ia chegar aqui um dia e acabou chegando”, disse.
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