Economia
Após bater recorde, dólar opera em queda e chega a R$ 4,82
O alívio se deu pela melhora dos mercados mundiais. Na Europa, as principais bolsas subiram mais de 5%


*Atualizado às 15:56
Após um dia caótico na economia brasileira, com o dólar batendo o recorde de R$5, a moeda americana iniciou a manhã desta sexta-feira 13 em queda chegando a R$4,82. O alívio se deu pela melhora dos mercados mundiais. Na Europa, as principais bolsas subiram mais de 5%.
E o Banco Central também fará novas intervenções para tentar diminuir o valor da moeda americana. Nesta manhã serão realizadas duas operações para incentivar a queda. Na semana, o dólar acumula alta de 1,88%. Na parcial do mês, o avanço é de 5,37%. Em 2020, a alta chega a 17,75%.
A cotação reflete o movimento dos mercados, de olho nos impactos na atividade econômica mundial, após a Organização Mundial de Saúde (OMS) ter classificado o surto como uma pandemia na quarta-feira.
E não só isso. Nacionalmente, pesou sobre o mercado de câmbio a derrota sofrida pelo governo no final da tarde de quarta-feira 11, após o Congresso Nacional derrubar o veto presidencial a projeto que amplia o acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), com impacto estimado em cerca de R$ 20 bilhões já no primeiro ano.
Do lado externo, os mercados globais reagiam nesta quinta à decisão do presidente americano, Donald Trump, que suspendeu por 30 dias viagens de estrangeiros procedentes de Europa aos Estados Unidos, numa tentativa de travar a rápida propagação do coronavírus.
Trump anunciou outras medidas para sustentar as empresas norte-americanas e promover o crescimento, mas alguns investidores não se mostraram convencidos de que a economia global pode se recuperar rapidamente conforme crescem as preocupações de que o número de infecções pode aumentar rapidamente em todo o mundo.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.