Sociedade

Em depoimento, Élcio Queiroz diz que comprou armas quando era PM

Um dos acusados de matar Marielle Franco e Anderson Gomes, ex-PM foi ouvido em processo sobre posse ilegal de arma de fogo de uso restrito

Em depoimento, Élcio Queiroz diz que comprou armas quando era PM
Em depoimento, Élcio Queiroz diz que comprou armas quando era PM
Foto: Reprodução/Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro
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O ex-policial militar Élcio Queiroz foi interrogado nesta quinta-feira 12 pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) e afirmou que as armas encontradas em sua casa por policiais civis e promotores de Justiça serviam para a proteção de sua família e foram compradas quando ele ainda estava na corporação. O ex-PM é um dos acusados pelas mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 14 de março de 2018.

Nesta ocasião, porém, Queiroz foi ouvido no processo em que responde por posse ilegal de arma de fogo de uso restrito, já que foram encontradas em sua casa duas pistolas e mais de 100 munições, a partir de um mandado de busca e apreensão relativo ao processo que investiga os assassinatos da parlamentar e do motorista. Segundo o TJRJ, o ex-PM disse que as pistolas foram compradas quando era policial e eram necessárias para garantir a segurança da família, que, segundo depoimento, mora em uma comunidade controlada pelo tráfico.

Os policiais e promotores também encontraram oito munições de fuzil embaladas em seu carro. Segundo Queiroz, ele havia encontrado esses artefatos em um canteiro em frente à casa dele na noite anterior à sua prisão. A denúncia apresentada pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, entretanto, relata que o ex-PM disse aos policiais que o encontraram que as munições pertenciam a ele.

O ex-policial militar foi encontrado saindo de casa de madrugada no dia em que os agentes foram cumprir o mandado de busca e apreensão. Em sua defesa, Élcio Queiroz alegou que estava a caminho do trabalho, já que sua jornada começaria às 5h da manhã em uma transportadora.

Também foram ouvidos pela Justiça o titular da Delegacia de Homicídios da Barra da Tijuca que elaborou o auto de flagrante e a oficial de cartório que tomou o depoimento dos policiais envolvidos na prisão. Élcio Queiroz responde pelos assassinatos ao lado de Ronnie Lessa, que também é ex-policial militar. Os dois estão na Penitenciária Federal de Porto Velho desde março do ano passado e devem ir a júri popular, segundo decisão da 4ª Vara Criminal da última terça-feira.

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