Política
Maioria reprova apoio de Bolsonaro a atos contra o Congresso, diz pesquisa
Segundo levantamento do Paraná Pesquisas, 57,1% da população acredita que apoio do presidente é negativo para o país


A maioria da população brasileira é contra o presidente Jair Bolsonaro apoiar manifestações contra o Congresso Nacional e o STF. Foi o que mostrou uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira 10, pelo Paraná Pesquisas.
O instituto ouviu por telefone 2.002 pessoas em 26 estados e no Distrito Federal de 4 a 6 de março de 2020. Para 52,2% da população, é errado o presidente apoiar atos contra o Congresso Nacional; já 40% acha certo e 7,8% não sabe ou não opinou.
A pesquisa mostrou, também, que uma porcentagem maior da população acredita que esse apoio seja negativo para o país: 57% acredita que é ruim para o Brasil o apoio de Bolsonaro a essas manifestações, 35% acha positivo e 7,8% não soube opinar.
As manifestações estão previstas para 15 de março, e nas redes sociais são divulgadas explicitamente contra o Congresso. Em um vídeo publicado em sua conta no Twitter, Bolsonaro afirma que os protestos “são para a população indicar a direção que o país deve seguir e não uma manifestação contra o Congresso ou o Judiciário”.
“É um movimento que quer mostrar para todos nós, para o Executivo, Legislativo e Judiciário que quem dá o norte para o Brasil é a população. Não somos nós políticos que dizemos para onde o Brasil deve ir. Nós apenas conduzimos. É o povo que diz para onde o Brasil deve ir. O movimento de rua é muito bem-vindo porque, dessa forma, estamos submissos à lei como diz o artigo 5º da Constituição. Participem e cobrem de todos nós o melhor para o Brasil. Nós temos obrigação de atendê-los”, afirmou.
A ideia do protesto partiu do General Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional, após tensões do governo com o Congresso em relação a emendas parlamentares no orçamento da União.
Na última semana, Bolsonaro piorou o clima ao compartilhar em seu WhatsApp mensagens em favor ao movimento. Nas últimas semanas, sem seus discursos, o presidente sugeriu que há políticos com “medo de encarar o povo brasileiro”.
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