Política

Militar diz ter sido demitido por resistir a nomear amigo de Flávio Bolsonaro

Ex-secretário do Esporte acabou sendo substituído pelo padrinho de casamento do senador

Militar diz ter sido demitido por resistir a nomear amigo de Flávio Bolsonaro
Militar diz ter sido demitido por resistir a nomear amigo de Flávio Bolsonaro
O ex-secretário especial do Esporte, general Décio Brasil, perdeu cargo para amigo de Flávio Bolsonaro. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
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Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, publicada neste sábado 7, o general Décio Brasil, ex-secretário do Esporte, afirmou que acredita ter sido demitido por resistir a nomear um amigo do senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ) para a pasta. A nomeação seria um pedido do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Em janeiro, o general acabou cedendo e Marcelo Magalhães, padrinho de casamento do filho do presidente, foi nomeado chefe do Escritório de Governança do Legado Olímpico. 

Cerca de um mês depois, Magalhães tomou o lugar de Brasil na chefia da secretaria. O general diz ter sido exonerado sem explicações.

“Acho que o principal motivo foi o fato de eu ter sido reticente na nomeação do Marcelo Magalhães para o escritório do Rio—Escritório de Governança do Legado Olímpico, órgão que administra o Parque Olímpico da Barra. Talvez isso tenha desagradado o presidente, porque a minha exoneração já foi junto com a nomeação dele para o meu lugar”, o militar disse ao jornal. 

Segundo Brasil, quando ainda estava no escritório do Rio, Magalhães se recusava a falar com ele. “Ele foi nomeado, eu o chamei pra conversar, ele disse que não ia me dar satisfação, mas ele me devia satisfação, porque o escritório do Rio é subordinado à secretaria. Ele falou que não ia conversar comigo, que só ia conversar com o ministro, com o presidente ou com o senador.”

“Eu fiquei em uma saia-justa, com um subordinado que não queria falar comigo. Eu tentei falar com ele por duas vezes. Ele disse que se tivesse tempo iria falar comigo. Isso não podia acontecer num caso de subordinação. Um subordinado que não queria falar comigo”, completa Brasil.

O general diz ter convocado Magalhães para uma reunião em 5 de fevereiro, mas ele não compareceu. “Nunca o vi pessoalmente. Era muito difícil para mim, como chefe, aceitar essa situação.”

Na entrevista, Brasil ainda argumenta que precisava de alguém de sua confiança no Rio para “não precisar ficar fiscalizando” as ordens de despesas do escritório do Legado Olímpico. Para ele, Magalhães não era o candidato ideal.

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