Economia

Dólar fecha próximo da estabilidade, mas volta a bater recorde

Dólar, que nesta segunda-feira 2 chegou a R$ 4,487, já acumula valorização de 11,81% desde o começo do ano

Dólar fecha próximo da estabilidade, mas volta a bater recorde
Dólar fecha próximo da estabilidade, mas volta a bater recorde
Apoie Siga-nos no

Em meio ao receio de uma recessão global provocada pelo novo coronavírus, o dólar subiu e voltou a bater recorde nominal desde a criação do real. O euro superou a barreira de R$ 5 pela primeira vez, mas recuou no fim do dia. A bolsa, no entanto, continua a recuperar-se e subiu pela segunda sessão seguida.

Em alta pela nona sessão seguida, o dólar comercial encerrou esta segunda-feira 2 a R$ 4,487, com alta de R$ 0,006 (+0,13%). A cotação oscilou bastante ao longo da sessão. Na máxima do dia, por volta das 11h50, a cotação chegou a R$ 4,502. A divisa chegou a cair para R$ 4,475 durante boa parte da tarde, mas voltou a superar os R$ 4,48 na última hora de negociação.

Desde o começo do ano, o dólar acumula valorização de 11,81%. O euro comercial também fechou com recorde. Depois de ultrapassar os R$ 5 várias vezes ao longo do dia, a divisa encerrou a segunda-feira vendida a R$ 4,996, com alta de R$ 0,056 (+1,12%).

O Banco Central (BC) amenizou as intervenções no câmbio. Diferentemente dos últimos dias, a autoridade monetária não leiloou novos contratos de swap cambial, que equivalem à venda de dólares no mercado futuro. O BC apenas rolou (renovou) R$ 650 milhões de contratos de swap que venceriam em abril.

O mercado de ações teve um dia de recuperação. Em alta pela segunda sessão seguida, o índice Ibovespa, da B3 (antiga Bolsa de Valores de São Paulo), encerrou a segunda-feira aos 106.625 pontos, com alta de 2,36%. O indicador alternou altas e baixas durante a manhã, mas consolidou os ganhos durante a tarde. Na sexta-feira (28), o Ibovespa chegou a operar abaixo de 100 mil pontos por alguns minutos.

Nas últimas semanas, o mercado financeiro em todo o mundo tem atravessado turbulências em meio ao receio do impacto do coronavírus sobre a economia global. Hoje, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) reduziu, de 2,9% para 2,4%, a previsão de crescimento econômico mundial para 2020 em decorrência da doença.

Com as principais cadeias internacionais de produção afetadas por causa da interrupção da atividade industrial na China, indústrias de diversos países, inclusive do Brasil, sofrem com a falta de matéria-prima para fabricar e montar produtos.

A desaceleração da China, segunda maior economia do planeta, também pode fazer o país asiático consumir menos insumos, minérios e produtos agropecuários brasileiros. Uma eventual redução das exportações para o principal parceiro comercial do Brasil reduz a entrada de dólares, pressionando a cotação.

Entre os fatores domésticos que têm provocado a valorização do dólar, está a decisão recente do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de reduzir a taxa Selic – juros básicos – para 4,25% ao ano, o menor nível da história. Juros mais baixos desestimulam a entrada de capitais estrangeiros no Brasil, também puxando a cotação para cima.

ENTENDA MAIS SOBRE: ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo