Política

Entidades saem em defesa de jornalista atacada na CPI das Fake News

Patricia Campos Mello, da Folha, foi alvo de ataques machistas e de alegações falsas em sessão da CPI, e segue sendo perseguida nas redes

Entidades saem em defesa de jornalista atacada na CPI das Fake News
Entidades saem em defesa de jornalista atacada na CPI das Fake News
Jornalista Patricia Campos Mello (Foto: Reprodução/Redes sociais)
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A Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) divulgaram nesta quarta-feira 12 notas de repúdio contra os ataques movidos contra a jornalista Patricia Campos Mello, da Folha de S. Paulo, após alegações falsas e caluniosas de um dos depoentes na CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) das Fake News.

Na terça-feira 11, a CPI ouviu Hans River do Nascimento, um ex-funcionário de uma empresa de disparo de mensagens que foi fonte de Patricia Campos Mello na reportagem que denunciou a compra de disparos no WhatsApp para favorecer, nas eleições de 2018, o então candidato Jair Bolsonaro. Hans alegou que a jornalista teria oferecido sexo em troca de informações.

Além disso, Hans River desferiu ataques a Patrícia e disse que foi enganado pela jornalista em relação à matéria que ela estava fazendo. Horas depois, a Folha publicou uma reportagem com os prints e áudios do telefone de Campos Mello, provando que Hans mentiu na CPI – o que é crime.

Após a sessão, um dos principais propagadores das difamações foi o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que levou a Plenário que “não duvidava” da alegação de Hans River.

“É assustador que um agente público use seu canal de comunicação para atacar jornalistas cujas reportagens trazem informações que o desagradam, sobretudo apelando ao machismo e à misoginia. Além disso, esta é mais uma ocasião em que integrantes da família Bolsonaro, em lugar de oferecer explicações à sociedade, tentam desacreditar o trabalho da imprensa”, divulgou a Abraji.

“A Federação e o Sindicato repudiam, ainda, o caráter misógino, violento e sexista do ataque à profissional jornalista, utilizado para colocar em dúvida a credibilidade das informações apuradas por Patricia, uma das profissionais mais respeitadas e premiadas do país. O ataque atinge não só a repórter da Folha, mas também os princípios democráticos, constitucionais e a liberdade de imprensa”, assinaram em nota conjunta as entidades.

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