Política
PT e Dilma enfrentam novos protestos neste domingo
Ao contrário dos atos anteriores, o deste domingo não coincide com pressão elevada do sistema político sobre o governo


Manifestantes vão às ruas de diversas cidades do País neste domingo 16 no terceiro dias de protestos no ano contra a presidenta Dilma Rousseff e o PT. Ao contrário de 15 de março e 12 de abril, os atos não coincidem com a elevação da pressão do sistema político contra Dilma. Em inserções na televisão, o PSDB se uniu a movimentos que pedem derrubada de Dilma, mas durante a semana ganhou força a tese da conciliação, simbolizada pela Agenda Brasil, lançada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e bem recebida pelo Planalto.
O lançamento da Agenda Brasil coincide com o vazamento de notícias segundo as quais Calheiros não deve ser denunciado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, no âmbito da Operação Lava Jato. Segundo relatos publicados por jornais, os investigadores não teriam encontrado subsídios para embasar uma denúncia contra o senador alagoano.
A situação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PDMB-RJ), é diversa. Cunha, acusado, entre outras coisas, de pedir propina de US$ 5 milhões, deve ser denunciado por Janot. O deputado fluminense rompeu com o governo e segue insistindo na tese de que há um conluio entre o Planalto e a Procuradoria-Geral da República para enquadrá-lo na Lava Jato. A Agenda Brasil de Renan irritou Cunha, por fortalecer Dilma, alvo de sua ira desde a denúncia contra ele na Lava Jato.
Renan Haas, do MBL, denuncia o vê como conluio entre Dilma, Janot e Renan CalheirosA agenda de Eduardo Cunha foi incorporada pelo Movimento Brasil Livre, um dos que organiza as manifestações contra Dilma neste domingo 16. Em vídeo publicado no Facebook na quinta-feira 13, Renan Haas, um dos integrantes do MBL, denunciou o que diz ser um “golpe branco” tramado entre Dilma, Janot e Renan Calheiros. Na postagem que convoca protesto de domingo, para o qual estariam confirmados atos em 114 cidades, os integrantes do MBL afirmam que “já conseguimos derrubar a governabilidade do PT, agora tiraremos essa quadrilha do poder”.
O Vem Pra Rua, que anuncia manifestações em 257 municípios, tem Dilma como foco. Em mensagem a seus seguidores, o movimento pede que “Dilma Rousseff pague pelos crimes que cometeu” e diz que o Brasil não deve permitir que “uma criminosa continue presidente”. O Vem Pra Rua, entretanto, não apresenta a lista de crimes que atribui à petista.
No lugar disso, o movimento apresenta uma pauta de reclamações, algumas delas coincidentes com as reivindicações de movimentos sociais em geral alinhados ao governo, como o aumento do desemprego, o corte no seguro-desemprego, a redução de salários dos trabalhadores e aumentos nas contas de luz.
Para o Vem Pra Rua, o ato de domingo é para “tirar de cena um governo corrupto de um projeto maior de poder que acabou com as finanças, com a economia, com a ética, e espalhou a corrupção por todos as instâncias em níveis inaceitáveis”.
Um terceiro movimento, o Revoltados On Line, pede doações em sua página no Facebook para travar “a guerra entre o bem e o mal” e promete levar bandeiras e estrelas do PT “para serem pisadas”, simbolizando o “repúdio” ao Partidos dos Trabalhadores. Em vídeo divulgado pelo Revoltado On Line, o ativista Eron Morais de Melo, o Batman do Leblon, defende o “fim do PT”.
DIA 16 O PT VAI SANGRAR ( metaforicamente falando)NÃO SEREM OS INTIMIDADOS POR PT, CUT OU MS. CHEGA! PT NUNCA…
Posted by Revoltados ON LINE on Sexta, 14 de agosto de 2015
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