Mundo
Brasil apoia plano de paz de Trump para o Oriente Médio
O plano apresentado pelos EUA é criticado pelos palestinos e boa parte dos países árabes
O governo brasileiro manifestou, nesta quarta-feira (29), apoio ao plano de “paz e prosperidade” do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para o Oriente Médio, criticado pelos palestinos e boa parte dos países árabes.
Através de uma nota, o ministério das Relações Exteriores afirma que o plano “configura uma visão promissora para, após mais de sete décadas de esforços infrutíferos, retomar o caminho rumo à tão desejada solução do conflito israelense-palestino”.
Segundo a chancelaria, a proposta é “realista e ao mesmo tempo ambiciosa”, e “contempla aspirações tanto de palestinos quanto de israelenses, incluindo aspectos fundamentais como a erradicação do terrorismo, a existência do Estado de Israel com segurança para sua população, o estabelecimento de um Estado palestino democrático e comprometido com a paz (…)”.
“O governo brasileiro exorta tanto israelenses quanto palestinos a considerar o plano com toda a seriedade e a iniciar negociações partindo das bases ali expostas”, acrescenta.
Desde a posse em janeiro de 2019, o governo de Jair Bolsonaro quebrou a tradicional neutralidade diplomática brasileira no conflito israelense-palestino.
Bolsonaro se declarou aliado dos governos dos Estados Unidos e Israel e anunciou que mudaria a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém, assim como o presidente americano, Donald Trump, em 2018, que causou o mal-estar entre os países árabes, grandes compradores de carne brasileira
Em dezembro passado, o governo brasileiro inaugurou um escritório comercial em Jerusalém, na presença do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, que confirmou a intenção de seu pai de transferir a embaixada para a Cidade Santa.
O plano americano para resolver esse conflito, anunciado na terça-feira, faz muitas concessões a Israel e foi rejeitado pelos palestinos.
O projeto de Trump reconhece a anexação de colônias israelenses na Cisjordânia, em terras palestinas, significa, segundo a ONU, uma violação do direito internacional.
Os palestinos aspiram a ter um estado que respeite as fronteiras de 1967, antes do início da ocupação israelense de seus territórios.
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