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Governo argentino envia ao Congresso projeto sobre reestruturação da dívida

Em recessão desde 2018, a Argentina enfrenta uma dívida de 335 bilhões de dólares, incluindo 44 bi junto ao FMI

Governo argentino envia ao Congresso projeto sobre reestruturação da dívida
Governo argentino envia ao Congresso projeto sobre reestruturação da dívida
Presidente argentino, Alberto Fernandez. Foto: EMILIANO LASALVIA/AFP
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O governo da Argentina enviou nesta terça-feira ao Congresso um projeto de lei visando reestruturar sua elevada dívida pública, enquanto pede “tempo” e “boa fé” a seus credores, entre eles o Fundo Monetário Internacional (FMI).

“Temos uma carga da dívida que é insustentável”, declarou o ministro da Economia, Martín Guzmán, que enfrenta uma recessão e inflação anual superior a 50%.

“A vontade de pagar existe, sempre afirmamos isto, mas para poder pagar o país precisa ter capacidade, crescer, e para tal é fundamental que exista um alívio da carga da dívida”, afirmou Guzmãn em entrevista coletiva.

Assim, o governo do presidente Alberto Fernández fez chegar ao Congresso um projeto para a reestruturação da dívida, para que “o país melhore ao menos duas das seguintes três condições: prazos, taxas de juros e volume do capital”, explicou Guzmán.

O projeto autoriza o Executivo a “efetuar operações de administração de passivos, trocas (de bônus), reestruturações de vencimentos dos juros e amortizações de capital dos títulos públicos emitidos sob lei estrangeira”.

Em recessão desde 2018, a Argentina enfrenta uma dívida de 335 bilhões de dólares, incluindo 44 bi junto ao FMI.

‘Default Seletivo’

A agência de classificação de risco S&P reduziu nesta terça-feira para “default seletivo” (SD) a nota da dívida argentina em moeda local, mas manteve em “CCC-” (alto risco) e com perspectiva negativa a dívida em moeda estrangeira.

A redução foi anunciada um dia após o governo trocar voluntariamente bônus de curto prazo em pesos argentinos com vencimento próximo por dois títulos que vencerão em setembro.

“Observamos esta troca como perturbadora e equivalente a um default”, destacou a S&P.

Apesar de o acordo ser voluntário, “se mantém a incerteza sobre os planos envolvendo obrigações similares em pesos que vencem nos próximos meses”, declarou a agência.

S&P informou que mantém em perspectiva negativa a dívida soberana de longo prazo em moeda estrangeira da Argentina enquanto Buenos Aires dialoga com os detentores de bônus e credores para reformular os pagamentos.

“O ministro das Finanças, Martín Guzmán, informou que em breve iniciará discussões com detentores de bônus, em Nova York, e esperamos que o governo avance com um plano de reestruturação de sua dívida de longo prazo em moeda estrangeira. Mas o tempo e as condições não estão claros”, destacou a agência.

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