Política
Bolsonaro lamenta dificuldades em privatizar os Correios
Presidente disse que não quer prejudicar servidores com processo de desestatização


O presidente Jair Bolsonaro relatou dificuldades em privatizar empresas públicas, como a companhia de serviços de entrega Correios. Em declaração nesta terça-feira 7, no Palácio do Alvorada, em Brasília, Bolsonaro afirmou que, se pudesse, já teria privatizado os Correios.
“A gente pretende [privatizar]. Se eu pudesse privatizar hoje, privatizaria, mas eu não posso prejudicar o servidor dos Correios”, afirmou. “Vocês sabem, o Supremo Tribunal Federal decidiu que as empresas-mães, a privatização tem que passar pelo parlamento. E você mexe nas privatizações com dezenas de milhares de servidores. É um passivo grande, você tem que buscar solução para tudo isso.”
Segundo o presidente, a alta fiscalização do processo de privatização torna a medida mais difícil.
“Você não pode jogar os caras para cima. Eles têm que ter as suas garantias, você tem que ter um comprador para aquilo, é devagar. Você tem o TCU com lupa em cima de você. Não são fáceis as privatizações, não são fáceis”, disse.
Contrária à privatização dos Correios, a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) argumenta que os servidores terão seus salários reduzidos e estarão sujeitos a condições de trabalho precárias caso o processo seja concluído.
Desde 2019, o governo demonstra clara intenção em privatizar uma série de empresas públicas. Já em agosto, o governo anunciou uma lista com 17 privatizações, que inclui empresas como Eletrobras, Telebras e Casa da Moeda. Segundo a Secretaria de Desestatização do Ministério da Economia, o objetivo é concluir as principais vendas até 2021.
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