Mundo
Nuvem de fumaça das queimadas na Austrália é vista até na Nova Zelândia
Australianos tiveram que passar o Réveillon na praia para fugir das chamas. Mais de 5 milhões de hectares de vegetação já queimaram


Os bombeiros australianos continuam nesta quarta-feira 01 combatendo os vários focos de queimadas ainda ativos que devastam várias regiões do país. Desde o início dos incêndios florestais, em setembro, mais de 5 milhões de hectares de vegetação foram destruídos e 17 pessoas morreram.
Em Sydney, a maior metrópole australiana, o tradicional espetáculo de fogos de artifício da virada do ano aconteceu em uma atmosfera poluída pela fumaça das queimadas, relata o correspondente da RFI, Grégory Plesse. Imagens de satélite mostram que a nuvem tóxica provocada pelos incêndios atingiu a costa da Nova Zelândia, país situado a 2 mil km da Austrália.
Somente na região de Costa Sul, perto de Canberra, mais de 200 casas foram destruídas nas últimas horas e duas pessoas – um pai e um filho – morreram no local. O incêndio matou uma terceira pessoa na terça-feira (31) no Estado da Nova Gales do Sul, confirmou a polícia, que encontrou o corpo da vítima nesta quarta-feira.
Réveillon na praia para fugir das chamas
Centenas de pessoas tiveram que passar a virada do ano em uma praia de Mallacoota, não para festejar o Réveillon, mas para fugir das chamas. Os 4 mil habitantes desta cidade do Estado de Victoria continuam na manhã de hoje isolados do resto do mundo. Na região, ao menos 50 casas foram destruídas.
Uma grande operação de resgate está em curso para ajudar os milhares de atingidos em Mallacoota. O exército australiano foi mobilizado para retirar as pessoas da cidade e para levar alimentos. Um navio carregado de mantimentos chegou ao local hoje. Os 90 bombeiros que estão bloqueados em Mallacoota devem ser retirados do local esta noite por helicóptero e substituídos por uma nova equipe.
Em Melbourne, a principal metrópole do Estado de Victoria, as queimadas foram controladas a poucos quilômetros do centro da cidade. Mas o balanço da destruição das chamas na região deve piorar durante o dia. Um morador de Melbourne, entrevistado pelo correspondente Christophe Paget, lembra que a área turística de Gippsland “é mais selvagem, com florestas, e que automaticamente quando o fogo começa, ele se espalha muito rápido e com intensidade”.
Em relação ao clima, o primeiro dia do ano foi mais clemente, com temperaturas mais brandas, abaixo do recorde de 47°C batido na semana passada. Mas o serviço de meteorologia prevê que os termômetros vão voltar a subir a partir de sábado 4 no sudeste do país. Três dos principais focos de incêndio da região se reuniram e cobrem 500 mil hectares.
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