Sociedade

Trabalho informal bate novo recorde na série histórica, aponta IBGE

Pesquisa aponta 38,8 milhões de pessoas trabalham sob condições informais

Trabalho informal bate novo recorde na série histórica, aponta IBGE
Trabalho informal bate novo recorde na série histórica, aponta IBGE
Foto: Arquivo/Agência Brasil
Apoie Siga-nos no

O índice de trabalho informal bateu recorde no Brasil durante o trimestre encerrado em novembro, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O levantamento mostra que 38,8 milhões de pessoas trabalham sob condições informais, equivalentes a 41,1% de todos os trabalhadores no país. Desse número, 24,6 milhões trabalham por conta própria, maior número na série histórica desde 2012.

O número cresceu em duas comparações: em relação trimestre anterior encerrado em agosto, subiu 1,2% (mais 303 mil pessoas); em relação ao mesmo trimestre de 2018, aumentou 3,6% (mais 861 mil pessoas).

Segundo o IBGE, as ocupações informais seguem liderando a geração de vagas de emprego. O total de desempregados é de 11,9 milhões de pessoas, uma redução de 5,6% em relação ao trimestre anterior e de 2,5% em comparação ao mesmo período em 2018.

A população ocupada, resultado da soma entre trabalhadores formais e informais, também bateu recorde na série histórica, com 94,4 milhões de pessoas. O crescimento foi de 0,8% em relação ao trimestre anterior e de 1,6% em comparação ao mesmo período de 2018.

O número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado chegou a 33,4 milhões e cresceu 1,1% na comparação com o trimestre anterior e 1,6% em relação ao mesmo período de 2018. O índice de empregados sem carteira assinada no setor privado ficou estável em 11,8 milhões de pessoas.

Os números foram celebrados por bolsonaristas e criticados pela oposição. Em sua rede social, o deputado federal Marco Feliciano (Podemos-SP) comemorou: “Em 1 ano, o presidente Jair Bolsonaro já empregou 1 milhão de brasileiros!”.

Na mesma linha, o deputado federal Bibo Nunes (PSL-RS) destacou a queda do índice de desemprego e escreveu que o governo Bolsonaro está “alavancando o Brasil” e que “2020 será o melhor ano dos últimos tempos”.

Já a presidente do PT e deputada federal Gleisi Hoffmann (PR) afirmou que a pesquisa não mostra bons índices para o país. “Mercado de trabalho informal já absorve 41,1% dos trabalhadores, o que significa menos proteção social, direitos, renda”, criticou, no Twitter.

Segundo o Relatório de Inflação divulgado pelo Banco Central (BC) neste mês, a retomada do mercado de trabalho se apoia na informalidade.

Em dois estudos, o órgão concluiu que o processo de recuperação do mercado de trabalho nos últimos anos, escorado no setor informal, é diferente do processo observado “no ciclo de expansão que precedeu a última recessão”.

Atividades relacionadas a transportes, como os da empresa Uber e outros aplicativos, são relatadas pelo Banco Central como fatores de estímulo ao setor informal.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo