Política
Podemos-SP pede expulsão de Marco Feliciano, que reage: “Canalhas”
Deputado diz que diretório estadual pediu sua expulsão para apoiar Bruno Covas à prefeitura de São Paulo
O diretório do Podemos no estado de São Paulo pediu, na segunda-feira 9, a expulsão do deputado federal Marco Feliciano. Segundo a assessoria do partido, o pedido ocorreu após decisão decorrente de um processo no diretório estadual. A executiva nacional ainda deve analisar o recurso.
O documento foi assinado pelo vereador e presidente estadual da sigla, Mario Covas Neto. Ele alega que Feliciano foi expulso por “infração e violação à disciplina, à ética, à fidelidade e aos deveres partidários”.
Uma das questões citadas é o uso de recursos públicos pelo deputado para fins particulares. A referência é feita ao tratamento dentário pelo qual o parlamentar pagou 157 mil reais em agosto, com dinheiro da Câmara.
O deputado reagiu, na terça-feira 10, em sua rede social. Ele chamou os integrantes do partido de “covardes” e sustentou que a expulsão se dá por seu apoio ao presidente Jair Bolsonaro.
“Covardes, esperaram eu estar fora do país para montarem esse teatro da expulsão. O preço de permanecer fiel aos meus eleitores conservadores é enfrentar a navalha da injustiça, manejada pelos canalhas de plantão, que há décadas comandam São Paulo sem resolver os problemas do povo”, escreveu o parlamentar.
O pastor acompanha o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, em viagem à Nigéria. Em vídeo, ele relaciona a expulsão à intenção de Mário Covas Neto em ajudar o sobrinho, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, na corrida pela reeleição na cidade.
FUI EXPULSO DO PARTIDO POR DEFENDER O PRESIDENTE BOLSONARO! ASSISTA E DÊ RT! @blogdopannunzio pic.twitter.com/aiBKAaTRaq
— Marco Feliciano (@marcofeliciano) December 10, 2019
Feliciano também afirmou que denunciará ao Ministério Público os participantes do julgamento no diretório estadual. Além disso, anunciou que vai processá-los por danos morais.
“Eu fui expulso unicamente porque Mário Covas Neto transformou o Podemos em um mero puxadinho da candidatura do seu sobrinho, Bruno Covas, à prefeitura de São Paulo”, acusou o deputado. “Por isso, tinha medo de que eu pudesse me candidatar ao cargo, inviabilizando, assim, a adesão do partido à candidatura tucana. Os canalhas de plantão temem uma candidatura verdadeiramente conservadora que defenda o presidente Bolsonaro e as suas ideias.”
Pelo Twitter, Covas Neto rebate Feliciano com fortes críticas. O vereador chamou o deputado de “Marco Boca de Ouro” e afirmou que, além do caso do tratamento dentário, o processo de expulsão cita denúncias “amplamente noticiadas” que dizem respeito a escândalo sexual e propina em esquema fraudulento.
Segundo o presidente estadual da legenda, o pedido de expulsão tramitou por três meses, houve notificação a Feliciano, mas o deputado não se manifestou.
“O senhor queria realmente ser expulso. Assim, fica livre para ganhar o apoio do presidente numa possível candidatura a prefeitura de São Paulo. Sua conduta não condiz com a do Podemos. Por isso, desejo que vá com Deus porque com o diabo o senhor já está”, atacou Covas Neto, na internet.
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