Sociedade
RJ tem número recorde de mortes em ações policiais em 2019
Desde a campanha eleitoral de 2018, o governador Wilson Witzel defende uma política de confronto ao tráfico de drogas
O estado do Rio de Janeiro registrou em 2019 o maior número de mortes em confronto com a polícia de sua história, segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) divulgados nesta segunda-feira 25.
Entre janeiro e outubro deste ano, os policiais mataram 1.546 pessoas — superando as 1.534 mortes por intervenção policial ocorridas em 2018, maior número registrado até então.
Paralelamente, o Rio vem registrando queda no número de homicídios dolosos. Até outubro, foram 3.342 vítimas, uma redução de 20,9% em relação aos 4.226 casos no mesmo período de 2018.
No indicador de letalidade violenta — que reúne os registros de homicídios dolosos, mortes por intervenção policial, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte — a redução foi de 12,5%: de 5733 vítimas em 2018 para 5017 em 2019.
Mas segundo um estudo do Ministério Público divulgado em setembro, a redução do número de homicídios não está relacionada ao aumento de mortes decorrentes das ações policiais.
Desde a campanha eleitoral de 2018, o governador Wilson Witzel (PSC-RJ) defende uma política de confronto ao tráfico de drogas.
Em diversas oportunidades, o governador defendeu o “abate” de criminosos portando armas de uso restrito, como fuzis. Também prega o uso de atiradores de elite para matar criminosos.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.



