Mundo

Partido de Morales moverá ação contra decreto de “licença para matar”

Medida do governo interino isenta militares de pena por repressão

Partido de Morales moverá ação contra decreto de “licença para matar”
Partido de Morales moverá ação contra decreto de “licença para matar”
Ex-senadora e presidente autodeclarada da Bolívia, Jeanine Añez. Foto: Aizar RALDES / AFP
Apoie Siga-nos no

Partidários do Movimento ao Socialismo (MAS), partido do ex-presidente Evo Morales na Bolívia, anunciaram, neste domingo 17, que apresentarão um recurso de inconstitucionalidade ao Tribunal Constitucional contra o decreto que, segundo eles, dá “licença para matar” para as Forças Armadas da Bolívia.

O decreto é de autoria do novo governo do país, liderado pela autoproclamada presidente interina, a senadora Jeanine Áñez. A medida autoriza militares a controlar a ordem pública e isenta os oficiais de responsabilidades penais em caso de excessos.

A ação do governo foi criticada também pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). Em nota, o órgão classificou como “grave” o decreto do governo interino. Segundo a Comissão, pelos menos 23 foram mortas nos protestos.

Em entrevista à agência espanhola Efe, Evo Morales manifestou preocupação com a deflagração de uma guerra civil no país. A Alta Comissária da Organização das Nações Unidas (ONU), Michelle Bachelet, também condenou o uso excessivo da força pelo exército boliviano.

Morales foi reeleito após eleições gerais realizadas em 20 de outubro, no entanto, o processo foi acusado de fraude pela oposição. O ex-presidente, então, aceitou o processo de recontagem, ainda que o opositor Carlos Mesa tenha rejeitado apurações. Morales renunciou em 10 de novembro.

ENTENDA MAIS SOBRE: , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo