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Evo Morales acusa OEA de fazer parte do golpe de Estado na Bolívia

A OEA havia pedido novas eleições na Bolívia acusando Morales de fraude

Evo Morales acusa OEA de fazer parte do golpe de Estado na Bolívia
Evo Morales acusa OEA de fazer parte do golpe de Estado na Bolívia
Ex-presidente da Bolívia, Evo Morales. Foto: PEDRO PARDO / AFP
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O líder indígena Evo Morales disse, nesta quarta-feira 13, que a OEA aderiu ao “golpe de Estado” que ele o forçou a deixar o poder na Bolívia.

Em entrevista à W Radio Colombia, da Cidade do México, onde se asilou na terça-feira 12, Morales descreveu a Organização dos Estados Americanos (OEA) como “neogolpista”, depois que denunciou sérias irregularidades nas eleições de 20 de outubro que desencadearam a crise boliviana.

“Infelizmente, a OEA aderiu a esse golpe de Estado. Eu recomendo aos novos políticos da América Latina: cuidado com a OEA. A OEA é neogolpista para mim”, afirmou o líder da esquerda.

No domingo, Morales, 60, renunciou à presidência que ocupava desde 2006, depois de perder o apoio das Forças Armadas e da Polícia.

Pouco antes, ele havia convocado novas eleições presidenciais após a denúncia da OEA e os protestos da oposição, que acusavam o então governante de obter um novo mandato através de fraude eleitoral.

Morales questionou a proclamação da senadora de direita Jeanine Añez como presidente interina na Bolívia, insistindo que a saída da crise deve ser constitucional.

“A única saída é respeitar nossa Constituição, recuperar a democracia; a única saída é respeitar o povo e principalmente os movimentos sociais”, acrescentou.

Nesse sentido, ele pediu às forças de segurança que não “disparem uma bala”.

“Equipei as Forças Armadas não contra o povo, não para que sejam contra o povo, mas para que defendam a pátria. Lamento muito que as Forças Armadas estejam agora do lado de um golpe de Estado”, afirmou.

A Bolívia mergulhou no vácuo de poder desde domingo, quando Morales renunciou em meio a forte pressão nas ruas, forças de segurança e sindicatos, e às vezes violentos protestos após a votação de 20 de outubro.

Segundo o Ministério Público da Bolívia, desde então sete pessoas morreram, quatro delas baleadas.

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