Política
“Não vou polemizar, ele continua condenado”, diz Bolsonaro sobre Lula
O presidente esteve em Campina Grande, na Paraíba, esta segunda, para entregar unidades habitacionais


Antes de entregar 4.100 unidades habitacionais em Campina Grande, na Paraíba, na manhã desta segunda-feira 11, o presidente Jair Bolsonaro declarou que não vai polemizar com o ex-presidente Lula: “Não vou polemizar. Ele continua condenado”, declarou.
No sábado, um dia após o ex-presidente deixar a prisão, Bolsonaro publicou em suas redes sociais, em clara referência ao petista: “Não dê munição ao canalha, que momentaneamente está livre, mas carregado de culpa.
|
No mesmo dia, durante seu discurso no Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo, Lula associou Bolsonaro a milicianos e pediu mais afinco na investigação do caso da morte da vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes.
“Estão falando em impeachment. Democraticamente, aceitamos o resultado da eleição. Mas Bolsonaro foi eleito para governar para o povo brasileiro. Ele não foi eleito para governar para os milicianos do Rio de Janeiro. Ele não pode fazer investigação do que eles fizeram para matar a Marielle. Não é a gravação do filho dele que vale. É preciso que haja uma perícia séria”, afirmou.
O presidente Bolsonaro não quis falar sobre a possibilidade de o Congresso aprovar uma PEC (proposta de emenda à Constituição) para que condenados em segunda instância possam começar a cumprir a pena.
Campina Grande é uma importante base eleitoral de Bolsonaro no Nordeste. O prefeito Romero Leal (PSD) é aliado fiel do presidente. Bolsonaro venceu as eleições na cidade nos dois turnos. No primeiro turno, obteve 50,61%, contra 20,63% de Fernando Haddad (PT), o segundo colocado. No segundo turno, teve 56,3% dos votos válidos, contra 43,7% do petista.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.