Política

“Não há nada que possa adiar a soltura de Lula”, diz defesa

Advogado do ex-presidente afirma que qualquer demora seria de cunho político “ainda maior” contra Lula

“Não há nada que possa adiar a soltura de Lula”, diz defesa
“Não há nada que possa adiar a soltura de Lula”, diz defesa
O centro da Lava Jato é extinguir o legado de Lula, com apoio dos Estados Unidos. (Foto: Ricardo Stuckert)
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O advogado do ex-presidente Lula afirmou, na manhã desta sexta-feira 08, que não há respaldo jurídico para manter Lula preso “por mais uma hora sequer”, e que qualquer impedimento nesse sentido seria mais um agravante político no caso.

“Não há nada que possa protelar a soltura nesse momento, e qualquer ato protelatório trará danos políticos ainda maiores ao processo”, afirmou Cristiano Zanin, referindo-se também ao pedido de nulidade movido pelos advogados contra a atuação do então juiz Sergio Moro.

Zanin respondeu aos jornalistas em frente à Superintendência da Polícia Federal do Paraná, onde Lula se encontra preso há mais de 500 dias. Na quinta à noite, o Supremo decidiu invalidar a prisão após condenação por 2ª instância, interpretação que seguia desde 2016.

Na época, o processo de Lula foi o que mais teve rapidez no andamento em comparação a outros julgados por Sérgio Moro, que integrava a força-tarefa da Operação Lava Jato. Quando o Supremo negou um habeas corpus preventivo apresentado pela defesa, Moro demorou menos de 20 minutos entre a notificação pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região e a expedição da ordem de prisão. Usualmente, aguarda-se até a publicação do acórdão pelo STF.

Advogados do ex-presidente Lula, Cristiano e Valeska Zanin, em frente à Superintendência da Polícia Federal do Paraná, onde Lula se encontra preso. (Foto: Ton Cabano)

Questionado sobre o estado de espírito de Lula, Zanin afirmou que ele está “muito sereno” e que a decisão do Supremo Tribunal Federal “deu a ele uma luz de esperança para que possa haver justiça no caso”, afirmou o advogado.

“É importante lembrar que nossa batalha jurídica continua. O nosso foco é a declaração da nulidade de todo o processo que levou à condenação do ex-presidente Lula”, ressaltou.

A defesa ainda aguarda pelo julgamento de um habeas corpus que está no STF desde novembro de 2018. No pedido, os advogados apontam parcialidade por parte do ex-juiz Sergio Moro, que tinha acabado de aceitar o convite do presidente Jair Bolsonaro para se tornar Ministro da Justiça.

Ele também informou que não tem conhecimento para onde Lula caso saia da prisão ainda hoje.

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