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Dilma e Hollande: Sintonia ma non troppo

O presidente francês diz que cooperações serão ampliadas, ‘mas não em relação aos caças Rafale’

Dilma e Hollande: Sintonia ma non troppo. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
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Por Gianni Carta, de Paris

Ao lado da presidenta Dilma Rousseff, o presidente francês François Hollande, já no final de seu discurso para saudar os convidados para o jantar de gala no suntuoso Palácio do Élysee, comentou: “Ampliaremos várias cooperações, como na área de defesa, embora não em relação aos aviões”. Hollande, um homem simpático e acessível, deixou escapar um sorriso de Mona Lisa.

Os presentes riram em uníssono.

Sete acordos foram assinados entre o Brasil e a França no primeiro dos dois dias da primeira visita de Estado de Dilma Rousseff à França.

Com a presidenta vieram ministros, como o da Fazenda, Guido Mantega. O ex-presidente Luiz Inacio Lula da Silva também marcou presença no “Fórum pelo Progresso Social – O Crescimento como Saída para a crise”, organizado pelo Instituto Lula e pela Fundação Jean-Jaurès. (Lula, aliás, não foi visto no jantar de Gala, talvez para que os holofotes iluminassem somente Dilma).

Maior pompa para a recepção de um chefe de Estado impossível.

Nem Muammar Kadhafi, quando era amigo de Nicolas Sarkozy e trazia para a Capital das Luzes suas guarda-costas amazonas, cavalos e a costumeira tenda beduína, foi tratado de tal forma. Nessas 48 horas em que Dilma Rousseff estará em solo francês, antes de ir a Moscou, vemos bandeiras brasileiras ao lado de francesas Paris afora, inclusive no desfile nos Champs-Élysées em homenagem a presidenta brasileira.

 

Mas, como escreveu um repórter no website do semanário L’Express, Dilma “deixou planar” a decisão sobre a compra de 36 caças para a Força Aérea Brasileira (FAB). “Nós tivemos de adiar essa escolha… e poderá levar algum tempo em função do tempo para que a economia brasileira se recupere”, afirmou a presidenta.

As opções do governo brasileiro são os 36 caça da Rafale, da francesa Dassault, os F/A-18E/F Super Hornet, da norte-americana Boeing, e há também os Gripen NG, da sueca Saab.

O diário ultraconservador Le Figaro avalia que a eleição do socialista François Hollande foi bem-vindo por Dilma Rousseff e pelo Partido dos Trabalhadores. Ambos, afinal, são líderes esquerdistas. E, de fato, Dilma e Hollande estão em plena sintonia. Ambos acreditam, como martelou Dilma em Paris, que medidas de austeridade não devem ficar em um plano diferente de medidas de incentivo ao crescimento.

Ademais, Hollande é um parceiro importante. No discurso do jantar de gala no Élysée, ele voltou a repetir que apoia a integração do Brasil no Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU).

No entanto, “o Partido Socialista é muito velho, não se reformou o suficiente”, disse um diplomata. O ex-presidente Nicolas Sarkozy, embora um político capaz de usar medidas ultraconservadoras para vencer um pleito, era mais ativo que Hollande em termos de relações com o Brasil. “Sarkozy, ao contrário de Hollande, não queria se limitar a amizades com europeus, como fez nesses seis meses de mandato o presidente socialista”, avalia o diplomata.

Mais: o ex-presidente francês via, desde o início de seu mandato, o Brasil como um parceiro fundamental. Ademais, continua a fonte, “Sarkozy e Lula se entendiam muito bem”. Lula, por exemplo, queria comprar os Rafale…

Mesmo assim, talvez essa primeira visita de Estado de Dilma Rousseff seja o começo de uma parceria importante entre o Brasil e a França. Como costuma dizer Hollande, que tem sido criticado porque sua política econômica não tem rendido frutos nos seu primeiro semestre no cargo: “Tenho de ser julgado no final dos cinco anos no Élysée”.

E em relação à parceria com o Brasil também.

 

Por Gianni Carta, de Paris

Ao lado da presidenta Dilma Rousseff, o presidente francês François Hollande, já no final de seu discurso para saudar os convidados para o jantar de gala no suntuoso Palácio do Élysee, comentou: “Ampliaremos várias cooperações, como na área de defesa, embora não em relação aos aviões”. Hollande, um homem simpático e acessível, deixou escapar um sorriso de Mona Lisa.

Os presentes riram em uníssono.

Sete acordos foram assinados entre o Brasil e a França no primeiro dos dois dias da primeira visita de Estado de Dilma Rousseff à França.

Com a presidenta vieram ministros, como o da Fazenda, Guido Mantega. O ex-presidente Luiz Inacio Lula da Silva também marcou presença no “Fórum pelo Progresso Social – O Crescimento como Saída para a crise”, organizado pelo Instituto Lula e pela Fundação Jean-Jaurès. (Lula, aliás, não foi visto no jantar de Gala, talvez para que os holofotes iluminassem somente Dilma).

Maior pompa para a recepção de um chefe de Estado impossível.

Nem Muammar Kadhafi, quando era amigo de Nicolas Sarkozy e trazia para a Capital das Luzes suas guarda-costas amazonas, cavalos e a costumeira tenda beduína, foi tratado de tal forma. Nessas 48 horas em que Dilma Rousseff estará em solo francês, antes de ir a Moscou, vemos bandeiras brasileiras ao lado de francesas Paris afora, inclusive no desfile nos Champs-Élysées em homenagem a presidenta brasileira.

 

Mas, como escreveu um repórter no website do semanário L’Express, Dilma “deixou planar” a decisão sobre a compra de 36 caças para a Força Aérea Brasileira (FAB). “Nós tivemos de adiar essa escolha… e poderá levar algum tempo em função do tempo para que a economia brasileira se recupere”, afirmou a presidenta.

As opções do governo brasileiro são os 36 caça da Rafale, da francesa Dassault, os F/A-18E/F Super Hornet, da norte-americana Boeing, e há também os Gripen NG, da sueca Saab.

O diário ultraconservador Le Figaro avalia que a eleição do socialista François Hollande foi bem-vindo por Dilma Rousseff e pelo Partido dos Trabalhadores. Ambos, afinal, são líderes esquerdistas. E, de fato, Dilma e Hollande estão em plena sintonia. Ambos acreditam, como martelou Dilma em Paris, que medidas de austeridade não devem ficar em um plano diferente de medidas de incentivo ao crescimento.

Ademais, Hollande é um parceiro importante. No discurso do jantar de gala no Élysée, ele voltou a repetir que apoia a integração do Brasil no Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU).

No entanto, “o Partido Socialista é muito velho, não se reformou o suficiente”, disse um diplomata. O ex-presidente Nicolas Sarkozy, embora um político capaz de usar medidas ultraconservadoras para vencer um pleito, era mais ativo que Hollande em termos de relações com o Brasil. “Sarkozy, ao contrário de Hollande, não queria se limitar a amizades com europeus, como fez nesses seis meses de mandato o presidente socialista”, avalia o diplomata.

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Mesmo assim, talvez essa primeira visita de Estado de Dilma Rousseff seja o começo de uma parceria importante entre o Brasil e a França. Como costuma dizer Hollande, que tem sido criticado porque sua política econômica não tem rendido frutos nos seu primeiro semestre no cargo: “Tenho de ser julgado no final dos cinco anos no Élysée”.

E em relação à parceria com o Brasil também.

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