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Mark has a problem

As ações na bolsa viraram uma dor de cabeça. E anunciantes deixam o Facebook

Lua de fel? No olho do furacão, Mark Zuckerberg arranjou tempo para casar
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A ideia de um smartphone criado e desenvolvido pelo Facebook pode não ser muito palatável para a maioria dos consumidores. Mas pode também ser parte de uma boa estratégia para melhorar a situação da companhia, após o desastre da sua primeira oferta de ações no dia 18.

Segundo o New York Times, a companhia começou a contratar engenheiros que trabalharam nas equipes da Apple, responsáveis pelo iPhone e pelo iPad, para começar a projetar o seu próprio smartphone. O Facebook não confirmou a notícia, mas também não a negou. O que o Facebook pretende com uma plataforma móvel própria? Busca resolver parte das dúvidas que acometeram investidores e clientes, a principal delas relacionada à capacidade da companhia de aumentar as suas receitas.

Pouco antes da oferta inicial, a General Motors decidiu retirar seus anúncios do Facebook, sob o argumento de que a “efetividade” desses era muito baixa, poucos usuários clicavam nos anúncios oferecidos.

A GM gastava 10 milhões de dólares em anúncios na rede social, segundo o jornal especializado Advertising Age. Em termos financeiros, não é nenhum problema para o Facebook, que arrecadou cerca de 3,7 bilhões no ano. Mas é um problema enorme em termos de confiança. Se os seus clientes não acreditam no produto, os investidores podem logo seguir o mesmo raciocínio e os seus quase 1 bilhão de usuários podem não valer nada.

A impressão foi reforçada com a publicação de uma nota a potenciais investidores antes da venda das ações. Nessa nota, a empresa dizia acreditar que o aumento do uso do Facebook em plataformas móveis “contribuiu para uma tendência recente em que o número de nossos usuários ativos diários cresce mais rapidamente que o número de anúncios entregues”. Quem usa um aplicativo do Facebook para iPhone ou um smartphone com sistema Android ou Windows Phone entende isso facilmente: neles não aparecem os anúncios vistos na versão principal da rede, acessada via navegadores em laptops ou computadores de mesa. O Facebook ganha mais usuários, mas isso não tem sido traduzido em mais olhos para os anúncios comprados por seus clientes.

É por isso que faz algum sentido o Facebook tentar criar sua plataforma móvel e copiar os passos dados pelo Google, que criou o sistema Android para smartphones com a intenção explícita de oferecer aos seus clientes outra maneira de mostrar anúncios. Parte do apelo da plataforma é a proliferação de aplicativos gratuitos, custeados por anunciantes. A proliferação de telefones com o sistema Android indica que uma parcela dos consumidores não se incomoda com anúncios que permeiem seu telefone.

O Facebook vai atrás dessa mesma fatia de consumidores. O principal apelo de uma plataforma própria está, contudo, no mercado mais jovem. Muitos deles não usam sequer o e-mail, preferem usar o aplicativo de mensagens do Facebook para se comunicar. Além de usar a rede para compartilhar fotos, músicas, gostos, toda uma vida online em um lugar só. Um prato cheio que, se feito da maneira certa, pode ser muito atraente para anunciantes.

A ideia de um smartphone criado e desenvolvido pelo Facebook pode não ser muito palatável para a maioria dos consumidores. Mas pode também ser parte de uma boa estratégia para melhorar a situação da companhia, após o desastre da sua primeira oferta de ações no dia 18.

Segundo o New York Times, a companhia começou a contratar engenheiros que trabalharam nas equipes da Apple, responsáveis pelo iPhone e pelo iPad, para começar a projetar o seu próprio smartphone. O Facebook não confirmou a notícia, mas também não a negou. O que o Facebook pretende com uma plataforma móvel própria? Busca resolver parte das dúvidas que acometeram investidores e clientes, a principal delas relacionada à capacidade da companhia de aumentar as suas receitas.

Pouco antes da oferta inicial, a General Motors decidiu retirar seus anúncios do Facebook, sob o argumento de que a “efetividade” desses era muito baixa, poucos usuários clicavam nos anúncios oferecidos.

A GM gastava 10 milhões de dólares em anúncios na rede social, segundo o jornal especializado Advertising Age. Em termos financeiros, não é nenhum problema para o Facebook, que arrecadou cerca de 3,7 bilhões no ano. Mas é um problema enorme em termos de confiança. Se os seus clientes não acreditam no produto, os investidores podem logo seguir o mesmo raciocínio e os seus quase 1 bilhão de usuários podem não valer nada.

A impressão foi reforçada com a publicação de uma nota a potenciais investidores antes da venda das ações. Nessa nota, a empresa dizia acreditar que o aumento do uso do Facebook em plataformas móveis “contribuiu para uma tendência recente em que o número de nossos usuários ativos diários cresce mais rapidamente que o número de anúncios entregues”. Quem usa um aplicativo do Facebook para iPhone ou um smartphone com sistema Android ou Windows Phone entende isso facilmente: neles não aparecem os anúncios vistos na versão principal da rede, acessada via navegadores em laptops ou computadores de mesa. O Facebook ganha mais usuários, mas isso não tem sido traduzido em mais olhos para os anúncios comprados por seus clientes.

É por isso que faz algum sentido o Facebook tentar criar sua plataforma móvel e copiar os passos dados pelo Google, que criou o sistema Android para smartphones com a intenção explícita de oferecer aos seus clientes outra maneira de mostrar anúncios. Parte do apelo da plataforma é a proliferação de aplicativos gratuitos, custeados por anunciantes. A proliferação de telefones com o sistema Android indica que uma parcela dos consumidores não se incomoda com anúncios que permeiem seu telefone.

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