Cultura
A invasão dos pigmeus
Roberto Freire trouxe muito material para o Febeapá
Alô, Sérgio Porto, está fazendo muita falta seu Stanislaw Ponte Preta aqui na Bruzundanga. E isso, porque nossa ilha sofreu a invasão de uma multidão de pigmeus que têm dado matéria muito da boa para seu Festival de Besteiras que Assola o País (Febeapá). Pobres mortais, não damos conta nem da metade dos casos. Mas vamos citar um como exemplo.
Coisa de uma semana ali atrás, um país estrangeiro que fala a mesma língua que nós em parceria conosco resolveu atribuir um prêmio a uma das maiores glórias literárias de nossas pátrias. E por falar em língua e Bruzundanga, é bom lembrar que o inventor dessa última, também inventou o Policarpo Quaresma, aquele cidadão que propôs à Câmara Federal uma troca de nossa língua, alegando que é uma língua emprestada, para introduzirmos o tupi-guarani, incontestavelmente a língua primeva de nossa ilha. Acho que foi aí o início do Febeapá, não tenho certeza e preciso consultar alguém de maior saber histórico.
Mas voltemos a uma semana atrás. A entrega do prêmio teve alguma solenidade, com uma plateia seleta, pessoas do mundo cultural, e no palco o autor homenageado, um embaixador e o pigmeu representante dos bruzundangas.
A fala do autor premiado não foi simpática aos patrões do pigmeu presente. Mas é claro, cão de fila serve é para rosnar e morder. O pigmeu fez o último discurso, o que já foi uma demonstração de truculência: um cão a rosnar. Muito pior, porém, foi sua fala. O tal pigmeu demonstrou estar inteiramente despreparado para o cargo que ocupa. Primo, perguntamos, o que esse cidadão entende de cultura, o que fez pela cultura? Lá das alturas o Stanislaw responde: “Nada!”
Secondo, o fulano demonstrou, pelo que disse, desconhecer inteiramente duas coisas: a natureza do prêmio – ele não sabia, mas o prêmio é binacional; além disso, não sabia quem fosse o homenageado, julgando que se tratasse de qualquer um, um cara qualquer, de uma estatura igual à sua.
Então, como estivesse totalmente alheio ao que se passava, começou a esbravejar, dando muita matéria a um novo Febeapá.
Ora, quando as pessoas estão em missão oficial representando uma ilha que seja, e mesmo que não passe de um pigmeu, deve ter previamente estudado o significado do evento para não envergonhar sua ilha perante o mundo cultural inteiro.
E agora, que desculpa nós, os bruzundangas, vamos dar às nações civilizadas? Vamos confessar que era um pigmeu pegado a laço na última hora porque havia um cargo a ocupar e ninguém aceitou a incumbência?
Alô, Sérgio Porto, dá uma mãozinha aqui pra gente!
Um minuto, por favor…
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.
Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.
Assine a edição semanal da revista;
Ou contribua, com o quanto puder.