Sociedade
Dono de bar interditado por suspeita de metanol em bebidas admite ter comprado vodka de ‘vendedor informal’
O estado de São Paulo acumula cinco mortes suspeitas por intoxicação causada por ingestão de bebidas adulteradas


O dono do bar Ministrão, interditado pela Vigilância Sanitária no bairro Jardins em São Paulo por suspeita de vender bebidas adulteradas com metanol, admitiu ter comprado garrafas de vodka de um “vendedor informal”. A declaração foi dada em uma entrevista ao canal CNN Brasil, publicada nesta quarta-feira 1.
Segundo relatou José Rodrigues, que está há frente do estabelecimento há 22 anos, os itens teriam sido adquiridos por ele com um ‘vendedor de rua’ conhecido na região. Ele alega ter optado pelo caminho informal por uma suposta dificuldade em encontrar garrafas de vodka no mercado regular. “Bebida quente é difícil de comprar. A gente compra diretamente com esses caras que vendem na rua”, alegou.
Apesar de admitir a compra dos itens com o vendedor informal, Rodrigues sustenta não ter desconfiado que os itens eram adulterados. “Jamais eu compraria um negócio falso. No meu comércio nunca entrou. Fiquei triste porque o laudo saiu hoje dizendo que tinha metanol. Até a gente não tem conhecimento sobre isso”, afirmou ao canal, ao qual ainda alegou comprar quase todo o estoque de bebidas em distribuidoras conhecidas, como Coca-Cola e Heineken.
Segundo o governo de São Paulo, além do Ministrão, outro bar foi interditado na capital, na terça-feira 30. Um terceiro estabelecimento em São Bernardo do Campo também foi fechado temporariamente. O estado acumula cinco mortes suspeitas por intoxicação por metanol, sendo uma delas já confirmada para a ingestão de bebida alcoólica adulterada.
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