Política
Em meio à crise do coronavírus, Bolsonaro cobra tom mais político de Mandetta
Presidente defende, entre outros pontos, que ministro incorpore a narrativa de que a economia do País não precisa parar em meio à pandemia
O presidente Jair Bolsonaro estaria cobrando do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, um discurso mais alinhado ao do Palácio do Planalto no combate à pandemia do coronavírus. Segundo apurou a Folha de S. Paulo, o presidente tem defendido a deputados bolsonaristas que o ministro incorpore ao discurso falas sobre o direito dos cidadãos de participar de protestos, além da defesa da ideia de que a atividade econômica do País não seja paralisada em meio à crise sanitária.
Ainda de acordo com a apuração, Bolsonaro considera que o tom do Ministério da Saúde tem gerado histeria entre a população e que o papel da pasta seria o de acalmar e não gerar pânico.
Com um discurso alinhado aos protocolos internacionais de saúde pública, Mandetta tem defendido que as pessoas não participem de aglomerações e incentivado medidas de precaução, além de isolamento em casos de sintomas.
Segundo assessores palacianos, a postura do ministro estaria causando incômodo no presidente e dando munição para opositores ao governo.
O governador de São Paulo, João Doria, por exemplo, tem feitos elogios públicos a Mandetta e críticas a Bolsonaro. Os dois estiveram lado a lado em uma coletiva de imprensa sobre as medidas do Estado para enfrentar o coronavírus. Desde então, Doria tem afirmado que se arrependeu de ter votado em Bolsonaro.
O presidente ainda teria entre a lista de queixas a Mandetta o fato do ministro não tê-lo defendido à imprensa, pela sua participação nos atos a favor do governo, em plena crise endêmica do coronavírus. Mandetta declarou à Folha que, embora não ilegal, a orientação era para que as pessoas não participassem das manifestações.
Embora o Palácio do Planalto negue possível afastamento do ministro em meio a crise do coronavírus, nota uma aproximação do presidente o presidente ao diretor-presidente Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Antônio Barra Torres, que não é descartado para o comando da Saúde em uma futura reforma ministerial.
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