Sociedade

Pobres e jovens são os que menos confiam na polícia

Três a cada cinco jovens entrevistados em pesquisa da FGV afirmam não acreditar e legitimar as ações da instituição

Foto: Marcello Casal Jr./ABr
Apoie Siga-nos no

No Brasil, as populações consideradas de risco – pobres e jovens -, que deveriam estar sob os cuidados do Estado, são as que mais desconfiam da força instituída para protegê-las: a Polícia. Esse descrédito é confirmado pela pesquisa nacional da Fundação Getúlio Vargas que mede o índice de confiança dos brasileiros nas principais instituições públicas.

De acordo com o levantamento,  77% da população com renda inferior a 2 salários mínimos (1.244,00 reais) não confia na atuação da população. Isso significa dizer que mais de 45% da população brasileira, inserida nessa faixa salarial, não acha a corporação confiável.

Entre os jovens, o índice também é bastante alto e atinge três a cada cinco pessoas entre 18 e 34 anos.

A descença diminui conforme o nível de renda e a idade dos entrevistados aumenta. Entre as pessoas mais ricas – com mais de 10 salários mínimos -, a desconfiança cai para 59% dos habitantes. “As populações mais ricas e mais velhas têm menos contato com as operações da corporação, por isso, a rejeição nesses setores é menor”, explica a professora Luciana Gross Cunha, coordenadora da pesquisa. Ainda assim, apenas 36% da população declarou estar satisfeito ou muito satisfeito, contra 63% que declararam insatisfeitos ou muito insatisfeitos.

O baixo grau de satisfação em relação à polícia afeta diretamente a legitimidade e o funcionamento da corporação, segundo Cunha. “A sociedade não enxerga a polícia como uma instituição parceira. É preciso discutir o tipo de polícia que quremos e reformular a formação e a atuação da corporação”, diz.

Para ela, além dos baixos salários pagos aos policiais, a instituição policial é altamente hierarquizada e possui uma formação que prioriza o uso da violência em prol dos direitos humanos e de ações relacionadas à polícia comunitária – estratégia baseada na atuação conjunta entre população e polícia para identificar problemas. “Deve-se pensar na seleção do candidato. Hoje,  o perfil que se privilegia é  de um soldado que se encaixa e aceita o modelo de hierarquia, não se procura um funcionário que intereja com a comunidade e trabalhe em conjunto com ela para fornecer segurança.”

Instituições


A pesquisa ouviu 1.550 pessoas de 6 estados do pais (Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco) e Distrito Federal, entre capital e interior no primeiro trimestre de 2012. No interior dos estados, a confiança na polícia é um pouco maior: 40% da população afirma confiar na polícia, contra 35% dos que residem na capital. Em comparação com os dados de 2011, o índice de confiança na polícia permanece inalterado – oscilando entre 33 e 38%.

A instituição que goza de maior confiança perante a população, segundo o estudo, são as Forças Armadas com 73%, seguida pela igreja católica (56%), Ministério Público (55%), grandes empresas (45%) e imprensa escrita (44%). No final da lista estão o Congresso Nacional (22%) e partidos políticos (5%).

No Brasil, as populações consideradas de risco – pobres e jovens -, que deveriam estar sob os cuidados do Estado, são as que mais desconfiam da força instituída para protegê-las: a Polícia. Esse descrédito é confirmado pela pesquisa nacional da Fundação Getúlio Vargas que mede o índice de confiança dos brasileiros nas principais instituições públicas.

De acordo com o levantamento,  77% da população com renda inferior a 2 salários mínimos (1.244,00 reais) não confia na atuação da população. Isso significa dizer que mais de 45% da população brasileira, inserida nessa faixa salarial, não acha a corporação confiável.

Entre os jovens, o índice também é bastante alto e atinge três a cada cinco pessoas entre 18 e 34 anos.

A descença diminui conforme o nível de renda e a idade dos entrevistados aumenta. Entre as pessoas mais ricas – com mais de 10 salários mínimos -, a desconfiança cai para 59% dos habitantes. “As populações mais ricas e mais velhas têm menos contato com as operações da corporação, por isso, a rejeição nesses setores é menor”, explica a professora Luciana Gross Cunha, coordenadora da pesquisa. Ainda assim, apenas 36% da população declarou estar satisfeito ou muito satisfeito, contra 63% que declararam insatisfeitos ou muito insatisfeitos.

O baixo grau de satisfação em relação à polícia afeta diretamente a legitimidade e o funcionamento da corporação, segundo Cunha. “A sociedade não enxerga a polícia como uma instituição parceira. É preciso discutir o tipo de polícia que quremos e reformular a formação e a atuação da corporação”, diz.

Para ela, além dos baixos salários pagos aos policiais, a instituição policial é altamente hierarquizada e possui uma formação que prioriza o uso da violência em prol dos direitos humanos e de ações relacionadas à polícia comunitária – estratégia baseada na atuação conjunta entre população e polícia para identificar problemas. “Deve-se pensar na seleção do candidato. Hoje,  o perfil que se privilegia é  de um soldado que se encaixa e aceita o modelo de hierarquia, não se procura um funcionário que intereja com a comunidade e trabalhe em conjunto com ela para fornecer segurança.”

Instituições


A pesquisa ouviu 1.550 pessoas de 6 estados do pais (Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco) e Distrito Federal, entre capital e interior no primeiro trimestre de 2012. No interior dos estados, a confiança na polícia é um pouco maior: 40% da população afirma confiar na polícia, contra 35% dos que residem na capital. Em comparação com os dados de 2011, o índice de confiança na polícia permanece inalterado – oscilando entre 33 e 38%.

A instituição que goza de maior confiança perante a população, segundo o estudo, são as Forças Armadas com 73%, seguida pela igreja católica (56%), Ministério Público (55%), grandes empresas (45%) e imprensa escrita (44%). No final da lista estão o Congresso Nacional (22%) e partidos políticos (5%).

ENTENDA MAIS SOBRE: ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.