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Mais de 26 milhões são refugiados dentro de seus próprios países

Relatório mostra queda no número de refugiados, mas 3,5 milhões de pessoas foram obrigadas a se deslocar dentro de seus próprios países em 2011

Mulher caminha entre barracas de refugiados em Mogadíscio, capital da Somália. Mohamed Abdiwahab / AFP
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As violações aos direitos humanos e os conflitos armados registrados em todo o mundo durante 2011 levaram 3,5 milhões de pessoas a se tornar refugiados em seus próprios países. O número está no Panorama Global de 2011 – Pessoas Deslocadas por Confltos e Violência, documento elaborado pelo Conselho Norueguês para Refugiados (NRC, na sigla em inglês), que desde 1998 faz este monitoramento. No total, o número de pessoas deslocadas internamente caiu de 2010 para 2011, de 27,5 milhões para 26,4 milhões. A notícia é boa, mas o número ainda é muito alto. Essa quantidade de gente é equivalente às populações dos Estados de Minas Gerais e Santa Catarina juntos.

Os líderes no número de novos refugiados foram a Costa do Marfim e o Oriente Médio. Na Costa do Marfim, a curta guerra civil iniciada quando o então presidente Laurent Gbagbo, derrota nas urnas, se recusou a deixar o poder em favor de Alassane Ouattara, produziu 1 milhão de refugiados de acordo com o NRC. No Oriente Médio, devido às repressões governamentais aos movimentos da Primavera Árabe, 830 mil pessoas deixaram suas casas durante o ano, sendo 175 mil no Iêmen, 156 mil na Síria e 154 mil na Líbia. Esse número é seis vezes maior que os 170 mil refugiados registrados em 2010.

No caso da Líbia, onde o ditador Muammar Kaddafi foi assassinado, o número poderia ser ainda maior. Segundo o NRC, no auge da crise na Líbia, o número de refugiados internos no país chegou a 500 mil pessoas. Vale lembrar que esses números dizem respeito apenas às pessoas deslocadas internamente. No caso da Síria, atualmente em um momento agudo do levante contra Bashar al-Assad, há pelo menos 25 mil refugiados na Turquia e outros 12,5 mil na Jordânia.

Os números da Primavera Árabe ainda não se comparam aos produzidos no Iraque pela ocupação liderada pelos Estados Unidos. De acordo com o NRC, há entre 2,3 milhões e 2,6 milhões de refugiados internos no Iraque. Este número faz com que o país árabe ocupe o segundo lugar no ranking, atrás apenas na Colômbia. O país latino-americano, duramente afetado pelo conflito entre o governo de Bogotá e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, tem entre 3,9 milhões e 5,3 milhões de refugiados internos.

O país com maior porcentagem de refugiados internos no mundo continua sendo a Somália, onde 16% da população (1,5 milhão de pessoas) vivem nesta condição. Em 2011, a situação dos refugiados piorou no país africano, uma vez que os conflitos entre o frágil governo local, seus aliados e grupos insurgentes islâmicos se agravou. Além disso, a região foi afetada por uma forte seca no Chifre da África que causou uma crise de fome nas regiões central e sul do país.

Uma boa notícia do relatório veio da África, onde o número de deslocados internos, como vem ocorrendo desde 2004, caiu, desta vez de 11,1 milhões para 9,7 milhões. Em 2011, diversos países do continente assinaram a Convenção da União Africana para a Proteção e Assistência dos Deslocados Internos na África, um instrumento legal que, pela primeira vez, dá aos governos a obrigação de proteger indivíduos de deslocamentos arbitrários e promover a proteção e a assistência a essas populações.

As violações aos direitos humanos e os conflitos armados registrados em todo o mundo durante 2011 levaram 3,5 milhões de pessoas a se tornar refugiados em seus próprios países. O número está no Panorama Global de 2011 – Pessoas Deslocadas por Confltos e Violência, documento elaborado pelo Conselho Norueguês para Refugiados (NRC, na sigla em inglês), que desde 1998 faz este monitoramento. No total, o número de pessoas deslocadas internamente caiu de 2010 para 2011, de 27,5 milhões para 26,4 milhões. A notícia é boa, mas o número ainda é muito alto. Essa quantidade de gente é equivalente às populações dos Estados de Minas Gerais e Santa Catarina juntos.

Os líderes no número de novos refugiados foram a Costa do Marfim e o Oriente Médio. Na Costa do Marfim, a curta guerra civil iniciada quando o então presidente Laurent Gbagbo, derrota nas urnas, se recusou a deixar o poder em favor de Alassane Ouattara, produziu 1 milhão de refugiados de acordo com o NRC. No Oriente Médio, devido às repressões governamentais aos movimentos da Primavera Árabe, 830 mil pessoas deixaram suas casas durante o ano, sendo 175 mil no Iêmen, 156 mil na Síria e 154 mil na Líbia. Esse número é seis vezes maior que os 170 mil refugiados registrados em 2010.

No caso da Líbia, onde o ditador Muammar Kaddafi foi assassinado, o número poderia ser ainda maior. Segundo o NRC, no auge da crise na Líbia, o número de refugiados internos no país chegou a 500 mil pessoas. Vale lembrar que esses números dizem respeito apenas às pessoas deslocadas internamente. No caso da Síria, atualmente em um momento agudo do levante contra Bashar al-Assad, há pelo menos 25 mil refugiados na Turquia e outros 12,5 mil na Jordânia.

Os números da Primavera Árabe ainda não se comparam aos produzidos no Iraque pela ocupação liderada pelos Estados Unidos. De acordo com o NRC, há entre 2,3 milhões e 2,6 milhões de refugiados internos no Iraque. Este número faz com que o país árabe ocupe o segundo lugar no ranking, atrás apenas na Colômbia. O país latino-americano, duramente afetado pelo conflito entre o governo de Bogotá e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, tem entre 3,9 milhões e 5,3 milhões de refugiados internos.

O país com maior porcentagem de refugiados internos no mundo continua sendo a Somália, onde 16% da população (1,5 milhão de pessoas) vivem nesta condição. Em 2011, a situação dos refugiados piorou no país africano, uma vez que os conflitos entre o frágil governo local, seus aliados e grupos insurgentes islâmicos se agravou. Além disso, a região foi afetada por uma forte seca no Chifre da África que causou uma crise de fome nas regiões central e sul do país.

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