Mundo

Havelange e Teixeira são os nomes do suborno da ISL

A dupla recebeu subornos da ISL, afalida empresa de marketing esportivo que negociava direitos de transmissão de tevê para as copas do mundo, em troca de facilidades

João Havelange: ele é o "E" apontado pela justiça suíça como dono de empresas de fachada que recebiam suborno da empresa de marketing esportivo em troca de facilitar a venda de transmissão na América do Sul.
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O Conselho Europeu anunciou na segunda-feira 23 um relatório que investigou e confirmou o recebimento de suborno por parte de dois integrantes sul-americanos da alta cúpula da Fifa. Os subornos foram feitos nos anos 1990 pela ISL, a empresa de marketing esportivo que detinha os direitos comerciais da Copa do Mundo até 2001.  Nesta quarta-feira 25, o UOL Esporte revela documentos que comprovam os dois nomes: João Havelange, ex-presidente da Fifa, e Ricardo Teixeira, seu ex-genro e ex-presidente da CBF.

A ISL foi a empresa criada no fim dos anos 1970 com capital da maior empresa de marketing do Japão, a Dentsu, e de Horst Dassler, dono da Adidas, e mais um seleto grupo de empresários franco-atiradores. A ISL comprava da Fifa os direitos de transmissão da Copa do Mundo e os revendia a tevês do mundo inteiro por um valor várias vezes superior ao original. A empresa faliu em 2001, o que despertou a curiosidade da justiça suíça, que investigou o caso e denunciou Havelange e Teixeira. Ambos devolveram parte do dinheiro à conta da massa falida da ISL em troca do sigilo do caso.

Segundo Thomas Hildbrand, o promotor suíço que cuidou do episódio, os dois integrantes, a quem chamou de “E” e “H” (respectivamente Havelange e Teixeira, segundo o UOL Esporte), mantinham empresas de fachada para receber suborno da ISL durante boa parte dos anos 1990. Havelange e Teixeira facilitavam as coisas para a ISL fechar os contratos na América do Sul.

Os documentos com os quais foi sustentada a acusação da justiça helvética permitiram cruzar as datas de depósitos da ISL com os recebimentos das empresas de fachada. Esses dados foram endossados pelo Conselho Europeu.

Entre 10 de agosto de 1992 e 4 de maio de 2000, João Havelange e Ricardo Teixeira receberam em torno de 15,6 milhões de dólares em suborno da empresa de marketing. No entanto, suspeita-se que outras empresas de fachadas utilizadas por eles possam ter recebido até 60 milhões de dólares.

O caso foi encerrado na Justiça suíça sem a condenação da dupla. Como indenização à Fifa, Havelange pagou em torno de 1,2 milhão de reais (cerca de 600 mil francos suíços). O valor é muito menor do que foi desviado e a Fifa deu-se por satisfeita, provavelmente por conta do interesse em não dar publicidade ao caso. O presidente Joseph Blatter, que exerce o cargo desde 1998 (eleito com o apoio de Havelange) e que é funcionário da entidade desde 1974, provavelmente sabia do que ocorria e fez vistas grossas.  “Uma vez que a Fifa estava ciente de somas significativas pagas a seus oficiais, é difícil imaginar que Sr. Blatter não teria conhecimento sobre isso”, diz o relatório do Conselho Europeu.

O Conselho Europeu anunciou na segunda-feira 23 um relatório que investigou e confirmou o recebimento de suborno por parte de dois integrantes sul-americanos da alta cúpula da Fifa. Os subornos foram feitos nos anos 1990 pela ISL, a empresa de marketing esportivo que detinha os direitos comerciais da Copa do Mundo até 2001.  Nesta quarta-feira 25, o UOL Esporte revela documentos que comprovam os dois nomes: João Havelange, ex-presidente da Fifa, e Ricardo Teixeira, seu ex-genro e ex-presidente da CBF.

A ISL foi a empresa criada no fim dos anos 1970 com capital da maior empresa de marketing do Japão, a Dentsu, e de Horst Dassler, dono da Adidas, e mais um seleto grupo de empresários franco-atiradores. A ISL comprava da Fifa os direitos de transmissão da Copa do Mundo e os revendia a tevês do mundo inteiro por um valor várias vezes superior ao original. A empresa faliu em 2001, o que despertou a curiosidade da justiça suíça, que investigou o caso e denunciou Havelange e Teixeira. Ambos devolveram parte do dinheiro à conta da massa falida da ISL em troca do sigilo do caso.

Segundo Thomas Hildbrand, o promotor suíço que cuidou do episódio, os dois integrantes, a quem chamou de “E” e “H” (respectivamente Havelange e Teixeira, segundo o UOL Esporte), mantinham empresas de fachada para receber suborno da ISL durante boa parte dos anos 1990. Havelange e Teixeira facilitavam as coisas para a ISL fechar os contratos na América do Sul.

Os documentos com os quais foi sustentada a acusação da justiça helvética permitiram cruzar as datas de depósitos da ISL com os recebimentos das empresas de fachada. Esses dados foram endossados pelo Conselho Europeu.

Entre 10 de agosto de 1992 e 4 de maio de 2000, João Havelange e Ricardo Teixeira receberam em torno de 15,6 milhões de dólares em suborno da empresa de marketing. No entanto, suspeita-se que outras empresas de fachadas utilizadas por eles possam ter recebido até 60 milhões de dólares.

O caso foi encerrado na Justiça suíça sem a condenação da dupla. Como indenização à Fifa, Havelange pagou em torno de 1,2 milhão de reais (cerca de 600 mil francos suíços). O valor é muito menor do que foi desviado e a Fifa deu-se por satisfeita, provavelmente por conta do interesse em não dar publicidade ao caso. O presidente Joseph Blatter, que exerce o cargo desde 1998 (eleito com o apoio de Havelange) e que é funcionário da entidade desde 1974, provavelmente sabia do que ocorria e fez vistas grossas.  “Uma vez que a Fifa estava ciente de somas significativas pagas a seus oficiais, é difícil imaginar que Sr. Blatter não teria conhecimento sobre isso”, diz o relatório do Conselho Europeu.

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