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Empresa brasileira está instalada em terras de tribo isolada no Paraguai

Investigação do departamento para assuntos indígenas do governo paraguaio (INDI) mostrou que a empresa brasileira River Plate está obrigando índios isolados a fugirem de suas própria terras

Mulher Ayoreo. Seus parentes isolados enfrentam a ameaça de desmatamento. Foto: © Survival
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O departamento para assuntos indígenas do governo paraguaio (INDI), confirmou que uma tribo isolada está vivendo em uma propriedade de uma empresa brasileira de pecuária instalada em terras paraguaias, na região do norte da região do Chaco.

Uma investigação do INDI encontrou sinais claros da presença de índios Ayoreo, conhecidos também como “índios da tribo escondida” nas terras, que pertencem à empresa brasileira de pecuária River Plate e BBC S.A desde 2002. A evidência poderá render punições por parte do governo paraguaio a elas, que já foram acusadas de colocarem a vida dos Ayoreo em risco.

“Os indígenas da área são forçados a fugirem para outras zonas de forma a evitarem serem descobertos… ignorar o conhecimento possuído pelos donos originais da floresta do Chaco seria um erro tolo”, alertou o INDI.

De acordo com Rebecca Spooner, da ONG de direitos indígenas Survival International, é estranho que a empresa desconhecesse a existência desta tribo. “É difícil acreditar que em dez anos nenhum dos trabalhadores tenham cruzado com sinais de grupos isolados. Mas, claro, não é do interesse deles tornar isso público”, afirma.

Imagens de satélite de 2011 revelaram a destruição de quase quatro mil hectares de floresta habitada pelos índios, fazendo com que as empresas fossem acusadas por desmatamento ilegal.

Em fevereiro, um líder organização Ayoreo, Porai Picanerai, pediu ao procurador-geral do Paraguai que intervisse na região. “Nós lhe pedimos para que parem com o desmatamento no Chaco, e que punam aqueles que estão matando a floresta, da qual nós dependemos para sobreviver.”

Para o diretor da Survival International, Stephen Corry, é hora de agir. “É encorajador o fato de o governo ter atendido os apelos dos Ayoreos para que se investigasse a presença de seus familiares isolados. Contudo, ações falam mais alto que discursos. O governo agora deve reprimir o desmatamento ilegal e garantir os direitos dos Ayoreo à terra, os quais eles têm demandado por mais de 20 anos. É imperativo para que a sobrevivência de seus familiares isolados seja salvaguardada”, cobrou.

“O governo pode implementar emergencialmente medidas que isolem a área de pessoas de fora. E deveria começar o processo de devolução da terra aos proprietários originais, os Ayreo”, sugere Rebecca. “O governo tem dito que irá elaborar um plano emergencial em caso de contato e para evitar contatos indesejados. Ainda estamos esperando”, completa.

*Com informações da ONG Survival Internacional

O departamento para assuntos indígenas do governo paraguaio (INDI), confirmou que uma tribo isolada está vivendo em uma propriedade de uma empresa brasileira de pecuária instalada em terras paraguaias, na região do norte da região do Chaco.

Uma investigação do INDI encontrou sinais claros da presença de índios Ayoreo, conhecidos também como “índios da tribo escondida” nas terras, que pertencem à empresa brasileira de pecuária River Plate e BBC S.A desde 2002. A evidência poderá render punições por parte do governo paraguaio a elas, que já foram acusadas de colocarem a vida dos Ayoreo em risco.

“Os indígenas da área são forçados a fugirem para outras zonas de forma a evitarem serem descobertos… ignorar o conhecimento possuído pelos donos originais da floresta do Chaco seria um erro tolo”, alertou o INDI.

De acordo com Rebecca Spooner, da ONG de direitos indígenas Survival International, é estranho que a empresa desconhecesse a existência desta tribo. “É difícil acreditar que em dez anos nenhum dos trabalhadores tenham cruzado com sinais de grupos isolados. Mas, claro, não é do interesse deles tornar isso público”, afirma.

Imagens de satélite de 2011 revelaram a destruição de quase quatro mil hectares de floresta habitada pelos índios, fazendo com que as empresas fossem acusadas por desmatamento ilegal.

Em fevereiro, um líder organização Ayoreo, Porai Picanerai, pediu ao procurador-geral do Paraguai que intervisse na região. “Nós lhe pedimos para que parem com o desmatamento no Chaco, e que punam aqueles que estão matando a floresta, da qual nós dependemos para sobreviver.”

Para o diretor da Survival International, Stephen Corry, é hora de agir. “É encorajador o fato de o governo ter atendido os apelos dos Ayoreos para que se investigasse a presença de seus familiares isolados. Contudo, ações falam mais alto que discursos. O governo agora deve reprimir o desmatamento ilegal e garantir os direitos dos Ayoreo à terra, os quais eles têm demandado por mais de 20 anos. É imperativo para que a sobrevivência de seus familiares isolados seja salvaguardada”, cobrou.

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